Porque, ao adormecer, estive a reler uma revista que fora apreendida pela PIDE, em Luanda, numa altura em que chefiava o gabinete contabilístico da Empresa Pfizer, em Luanda, em que numa das suas páginas interiores, vinha a minha fotografia acompanhada por um relato de uma pescaria, em que fora protagonista , num dia em cheguei a pescar um pargo com 70 quilos, no extenso caudal do Rio Cuanza, a sessenta quilómetros de Luanda. Era ainda no tempo em que havia Censura a todas as revistas que viessem do Estrangeiro, (muito antes da independência de Angola).
Nessa época, viajava com muita regularidade, de avião, entre as cidades de Lourenço Marques (Moçambique), Johannesburg ( África do Sul ) e pela capital da Rodésia, pois , como tinha a função de chefiar a secção contabilística, sediada em Luanda, para efeitos de reuniões congressistas, tinha que tomar lugar em aviões, que ainda eram movidos a hélice e não a jactos, afim de estar presente nas referidas reuniões internacionais.
Tempos que já lá vão...
Eis a razão porque, as vezes, sinto-me enervado quando acordo, e nem me passa pelos miolos, momentaneamente, que já são decorridos longos e longos anos, em que me metia em avalanches de trabalho laboral, em que a minha resistência física e mental , não encontravam limites, e, agora, aos 90 anos, basta um pequeno ruído de asas provocadas por um simples mosquito, enquanto durmo na cama, para me acordar e provocar uma tempestade num simples copo de água.
Tá?!...
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