Olhava para os berlicoques poeirentos das minhas estantes e, gesto automático, decidi reuni-los numa foto de família para a posteridade. Sacudi a poeira acumulada e alinhei-os, qual equipa vitoriosa após o jogo de uma vida. Agarrei na máquina que captura momentos e disparei o obturador. A imagem lá ficou.
Qual o valor dessa imagem ? Estes velhos troféus, o que representam ? Objectivamente, são apenas pedaços de metal, madeira e tecido, que guardo há muito de forma religiosamente casual. Não lhe atribuindo uma importância transcendental, fazem afluir à memória dias passados em saudável convivência (coisa que hoje parece rarear na sociedade em geral...), nos quais nos debatíamos em compita pela melhor pescaria. A competição era acérrima mas honrada. Por vezes havia alguns momentos de "tensão", derivados de alguma decisão controversa dos juizes, mas que eram rapidamente mitigados pela amizade.
Os troféus agigantados ... nos corações ! |
Hoje, estes pedaços de história, fragmentos de vida, pouco valor material terão. O valor do objecto de recordação, retirado do baú das memórias infinitas, esse é incalculável. São sensações, histórias que contei a netas e amigos (como qualquer bom pescador, cheias de exageros; o peixe era sempre maior do que realmente o fora), que contam como era a vida, não há muito mas simultaneamente há séculos e que, se aproveitadas, podem ser uma lição e fonte de aprendizagem.
Por isso escrevo, junto imagens e publico, na esperança, humilde, que alguém aprecie estas minhas histórias que são para mim de valor inestimável. Espero que também o sejam para o meu querido Leitor....
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