terça-feira, 6 de dezembro de 2016

CHINA MACAU .. CHINA-MACAU... Viva !.......

No livro da editora "Tinta da China", que Luati Beirão lançou em Lisboa, escrito na prisão, que surgiu nas bancas das livrarias, actualmente, e que me parece estar a esgotar-se, extraí da página 217 a seguinte foto, de que reproduzo uma  parte que vem escrita no livro, que me impressionou, e que pela  sua leitura, senti-me como se ainda estivesse em Carnide (Lisboa), numa fase em que era ainda aluno da Escola Primária Oficial nº 45, e participava em concursos escolares, em que me eram conferido diplomas por trabalhos escolares, como o que aqui vem reproduzido, o qual, nessa altura chegou a merecer um elogio por parte do Dr. Salazar (tinha eu uns oito anitos)...

 
O Diploma conferido, devido a um trabalho que fiz sobre Angola, terra onde nasci..

Para melhor interpretação da ideia que pretendendo extrair, copio o que  do livro vem descriminado:

" O facto  de ser branco marcou-o de alguma forma,  numa  sociedade  maioritariamente  negra ?
Obviamente que sim,,," 
 Há uma altura, enquanto somos crianças, em que conseguimos ver a olho  nu que somos diferentes, que temos cor de pele diferente, mas não associamos isso a mais nada,  Lembro-me, sim, de algumas coisas que não vou dizer que sejam  traumáticas mas que terão marcado de alguma forma o meu percurso enquanto cidadão angolano.  Como  o facto de ser lembrado, permanentemente, com   termos- - vamos dizer - pouco simpáticos, da minha cor de pele:
Agressões verbais?
Mulato, kanga  massa, branco das pedras. Ou esquebra de colono, que era  das coisas mais agressivas que se podia dizer.

Quer dizer restos de colonos.
Sim, Sobras. Obviamente, isso magoava. "

************** 

Fico-me por aqui, pois se avançasse mais, muita coisa viria a ser  relatada, pelo o ilustre autor desta obra literária Luaty Beirão.


Mas a principal razão que me "empolou" ao ler esta página do livro, foi que me fez vir à memória, algo que, à semelhança do que o Autor conta,, também se passou comigo, quando  ainda frequentava a Escola Primária, aos 7/8 anos de idade,  em Lisboa, os meus companheiros de carteira, e em momentos de grande farra e convívio, e tão-somente pelo facto de ter nascido em África (Angola-Luanda), eles tratavam-me assim, enquanto deslizavam os dedos pelos seus narizes..

CHINA MACAU ... CHINA MACAU.

... não me reconhecendo, virtualmente,  como compatriota  e colega  de carteira  português - Era a infância naturalista da instrução primária...daqueles tempos !!!...

Aqui o Autor, Angolano de Portugal, a caminho dos 90 anos de idade, imitando os Companheiros de Escola, ao saudarem.me, amistosamente !......

Tá?!...

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