sexta-feira, 2 de dezembro de 2016

Grão a grão, enche a galinha [dos ovos de ouro] o papo...

Revolta e indignação. São estas as palavras que melhor descrevem o estado de espírito do meu interlocutor. A  história conta-se rapidamente. Ao que parece esta pessoa terá sido sondada para desempenhar funções como responsável pela qualidade dos alimentos e higiene dos serviços associados na Santa Casa da Misericórdia de uma localidade próxima. Ter-lhe-á sido feita uma oferta (?) cujo retorno financeiro pela prestação do serviço não deveria ultrapassar as cinco dezenas de euros. Diz o meu Amigo que para função de tanta responsabilidade  (a alimentação dos utentes,  crianças e idosos) mais parece uma esmola do que propriamente uma séria oferta para eventual colaboração.

Pôs-se este Caro Amigo a pensar: "Mas que raio... como pode uma Instituição  como a Santa Casa,  Senhora de uma fonte de receita virtualmente inesgotável,  como são os diversos jogos, como o Euromilhões e as Raspadinhas, por exemplo, estar constantemente a pedinchar e a lamentar-se, como estratégia para justificar ofertas de pagamento de prestação de serviços que roçam o ridículo. Mais, diz este Amigo que outra pessoa lhe terá confidenciado situação idêntica,  na qual estará a prestar serviço também na área da nutrição a troco de umas quantas dezenas de euros,  as quais não estão, seguramente, de acordo com a responsabilidade e competências que a função exige.

Importa agora perceber se esta centenária Instituição tem razão de queixa quanto a eventuais dificuldades de tesouraria que justifiquem tamanha avareza quando  é chegada a hora de recompensar financeiramente alguns dos cidadãos que com Ela colaboram. Vejamos alguns números:



  • Em 2015 a SCML terá tido um lucro de quase cinco milhões de euros.


  • A Raspadinha gerou uma receita de 1,1 mil milhões de euros à Santa Casa que em 2015 atribuiu prémios de 1,2 mil milhões de euros em todos os jogos. O Estado arrecadou 178,4 milhões em impostos.


  • Placard completa um ano com lucro de 100 milhões de euros. Foi o Jornal de Notícias quem lançou a notícia: no seu primeiro ano de existência, que celebra hoje, o jogo Placard, lançado pela Santa Casa da Misericórdia de Lisboa (SCML), contou com cerca de 300 milhões de euros em vendas, dos quais resultou uma entrega de prémios equivalente a 200 milhões


  • Estado ganha 1,7 milhões/dia com os jogos da Santa Casa.


  • Face a esta informação que aqui fica,  deixamos aos Leitores a liberdade de com ela fazerem o que quiserem. As notícias e as fontes,  incluindo o relatório de gestão e contas da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, para o ano de 2015,  ficam igualmente disponíveis para quem quiser ler.

    Tá?!...

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