Estávamos, na altura, atravessando uma época em que Angola era massacrada com o terrorismo, que amedrontava toda a população civil. O conto, que a seguir pretendo relatar, é sem intenção ofensiva e é isento de qualquer complexo de inferioridade.
Para bom entendimento do fim benéfico que se pretende evidenciar, com este historial, transcrevo uma parte do texto acima descrito:
"Será natural que num espaço onde se encontram crianças filhas de portugueses, brancos, sejam também essas crianças de raça branca. Estou certo que se a situação assim o determinar, tambem crianças de nacionalidade angolana, com uma cor de pele um pouco mais escura,serão naturalmente aceites no novo infantário. O meu medo é que algum louco, cego pelo preconceito, ensurdecido pela estupidez e incapacidade de pensar por todas essas razões, decida com violência, que é hora de acabar com uma discriminação que afinal nem existe..."
Residia, nesse tempo em que éramos confrontados com constantes rebentamentos provenientes de armas e objectos de guerrilhas entre as forças que se degladiavam pelo poder, em Angola, numa área muito populacional, não muito distanciada de um Bairro onde grupos de "guerrilheiros", em conflito, de ideologias antagónicas, tinham as suas instalações residenciais. Muita gente já nem se lembra,certamente, pois os anos que se passaram, já vão muito para além da meia centena. Os tiros e as bombas, eram ouvidos, tanto de dia como de noite, a qualquer hora.
A uns dois mil ou três mil metros da minha residência, em Luanda, tinha sido construído um grande Infantário, que albergava bem perto de uma centena de crianças, que ali pernoitavam e que eram cuidadosamente tratadas pelos Profissionais adequados.
Embora trabalhando em Empresas particulares, privadas, fui escolhido, por ter sido militar, numa reunião publica , para dirigir uma Milícia (particular), que se impunha, para a nossa própria defesa.
O Autor (ainda moço) ... ao ataque ! |
Certa altura , tivemos conhecimento que um grupo de "guerrilheiros" (do contra) estava decidido e preparar-se para um assalto em massa ao Infantário. Prevendo qualquer tipo de violência, nesse sentido, e para que as inocentes crianças não fossem apanhadas no turbilhão de irracionalidades praticadas pelos atacantes, tomamos a iniciativa de, em jeep`s particulares, passarmos noites inteiras, e armados, em redor do Infantário, sempre atentos a qualquer movimento duvidoso que viesse do inimigo.
Provavelmente, por iniciativa de cariz militar, o inimigo deve ter-se metido em fuga, pois cessamos as nossas diligências defensivas, a partir do ressurgimento do material bélico das nossas Forças Armadas.
Pode haver ainda Alguém que se lembre destas "peripécias", vividas em tempos idos !...
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