Neste contexto, é perceptível o mesmo sentimento de saudade, igual ao que Luís Vaz de Camões poetizou nos seus " Lusíadas", quando vi partir, a meu lado, e há relativamente pouco tempo, o que mais adorava e amei em toda a minha vida- a minha santa Mulher, Alvarina Teresa, que Deus chamara à Sua Presença, decorridos sessenta anos de uma celebração nupcial, religiosa, efectivada em Luanda- Angola.
" Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida, descontente,
Repousa lá no Céu eternamente
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos olhos meus tão puro viste
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus, que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou ".
Embalado por estes lindos versos, admiravelmente reconhecidos , tal como as celebres Pirâmides do Egipto, sempre que pactuo, directamente, com algo que me faça recordar as maravilhosas obras de "crochet", que por Ela eram, pacientemente, trabalhadas, fico emocionado, como, por exemplo, num simples lenço de assoar, com a sua habilidade , "costurou" a letra "A" em dedicação ao seu "maridinho" Armando, o que significa, agora, para mim, um simbolismo perpétuo...
Simples lenço de assoar |
Tá?!...
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