sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

Quando o coração fala.... e chora !..

Dona,  Lídia:  fala o meu coração...

Existem  ocasiões na vida, que até nos parece que estamos ainda a dormir, e não acordados...

Esta, foi uma delas...

Desloquei-me, certa manhã ao seu belo  estabelecimento, de cabeleireiros, existente perto da minha residência, em Olhão, para dar umas golpeadas aos meus "insípidos" cabelos brancos, que já contabilizam 90 anos, e... aí o que me  aconteceu... o Som suavizante emitido através da sua linda boca, quando me cumprimentava, dando-me um respeitoso beijinho, assemelhou-se, surpreendentemente , ao que a minha saudosa Mulher, Alvarina Teresa... me confortava quando de manhã se aproximava de mim, me beijava, tal como aconteceu desde a data em que se celebrou o nosso casamento, em Luanda, 12 de Dezembro de 1953 até ao  trágico momento, em que, logo às premiras horas  os seus olhos dirigiram-se estranhamento para mim, anunciando INTIMAMENTE um "ATÉ SEMPRE", que significava que Deus acabara de a vir buscar, para passar, a partir daquele instante, a residir no Céu, junto a Deus e Nossa Senhora da Fátima, a partir de 12 de Novembro de 2010.

A viuvez, aos 90 anos, após um feliz casamento, que  durou tantos anos e  do qual vieram ao mundo dois Filhos encantadores (Ana Paula e Álvaro Manuel), quatro Netinhas e, mais recentemente, um bisneto, é extremamente dolorosa.

A  Fé, em Nossa Senhora de Fátima,  tem, contudo, o efeito  de  apaziguar os maus momentos que a solidão e isolamento que se sente devido ao afastamento da  que mais amei na vida, a Alvarina.

Já agora, aqui vai um relato, que, embora, em principio, inacreditável, e  a propósito de Fé, vou uma vez mais expo-lo

Tive em casa, dois Tesouros virginais mas agora só existe um. Um  Deles era  a própria Mulher (já falecida) e o outro, é este, que simboliza a imagem de Nossa Senhora de Fátima, consequente de um milagreiro acontecimento..

Tinha eu cinco anos, quando, em Luanda, minha Mãe (Maria Helena) falecera, e, no momento em que a conduziam ao Cemitério, a imagem que a acompanhava junto ao caixão, de Nossa Senhora do  Rosário  de Fátima, sofreu uma queda, de tal ordem, que a atirou para o chão, tendo-a desperdiçado, completamente.

Condoeu toda a Família, mas, como ainda eu era uma inocente criancinha, recolhi todos os pedaços resultantes do desastre, e....acreditem, ou não, mantive sempre  guardados esses pedacitos, até há pouco tempo, o que significa que ao longo de quase meio século, guardei  sempre esta recordação.

Curiosamente, existe nesta cidade de Olhão, uma casa  que vende e trata de Molduras, e, certo dia, dirigi-me à gentil Senhora que me atendeu ao balcão, que se prontificou a recompor a imagem, mas que isso levaria  cerca de uma semana a manipular.

O que é certo, é que lá conseguiu manobrar tal obra, que hoje em dia, ninguém quase que acredita ter sido um MILAGRE voltar a ser o que  era original...

Foi assim que ficou a Estatueta original que foi destruída em pedaços, após desastre
(Não há fotos  que mostrem, directamente, como ficou a Imagem após destruição)...
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A Estatueta original, após ter sido reconstruída

A Imagem de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, reconstruída após infeliz acidente que a danificara..

Resguardada a Imagem,  no quarto onde durmo.

Pois, Amiga Lídia, não sei como explicar como consegui, ao longo de tantos anos, manter salvos os pedaços resultantes do desastre, que foram mais tarde aproveitados na reconstrução, por pessoa competente, que não se importou em assinar uma declaração de ter sido a autora deste... acontecimento milagroso:

Olhão, 12/01/2018.

As minhas cordiais e respeitosos saudações.
Armando Baptista - Olhão.


                                 Fotocópia do original  onde foi feita esta Declaração:..


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