quinta-feira, 24 de agosto de 2017

LIVRO (continuação) pag. 17

A razão pela qual  anexo fotocópia do  documento seguinte, incluído  também já em anteriores   blogs, vem pela seguinte  razão, que vou historiar uma vez mais:


Circular distribuída pelos colegas...

Após ter vindo de  Angola, na altura da independencia,  principalmente por  razões  de agravamento do meu estado de saúde,   em que tive necessidade de ser socorrido, urgentemente,  em Lisboa, por ausência de médicos da especialidade  em Luanda,  fui obrigado , por tal motivo,  a suspender, provisoriamente, a minha actividade, como Chefe da Contabilidade  do Banco Totta-Standard de Angola, ao qual  acabei por não  ter regressado, por motivos governamentais,  intervencionados pelo então   Governo de Transição  de  Angola.

Consequente das melhoras provenientes da assistência médica,  exercida, então ,em Portugal, mercê de contactos e  das decisões ministeriais, dominantes,  em Lisboa,,  acabei por  ser admitido, no quadro  de Pessoal Maior do então Banco Pinto & Sotto-Mayor (mais tarde MILLENNIUM BCP), e, colocado numa Agência  situada em Matosinhos.

E aqui começou a história...

Quando me apresentei, logo ao primeiro dia,  nessa  Agência, (Matosinhos), fui muito bem recebido por parte do  Sr. Gerente bem  como do próprio   Pessoal.  que ali  trabalhava (meus Colegas  bancários).

Sucedeu, contudo, que tempos depois, vim a ter conhecimento, que entre o Gerente e a Direcção. de Pessoal do Banco, (Lisboa), existia uma certa   divergência de opiniões   e alguma discordância em matéria  administrativa, tudo causado, pelo facto do Gerente ter um estabelecimento comercial naquela  cidade, em seu nome pessoal,   que estava sendo governado  e orientado  pela sua  digna  Esposa.

 Pelo o que se constava, a gestão do  estabelecimento, cujo dono era o tal  Gerente da Agência Bancária , é que tudo  corria perfeitamente bem e dentro de  toda a  Legalidade.

É como eu costumo dizer " há sempre um  "mas" a conturbar tudo. e todos "...

Meses depois da minha admissão nesse novo  local de trabalho,  surgiu certo dia, à ultima  hora,  uma equipe policial, cuja missão era a de prender o normal Gerente,  porque, alguém o acusara de ter feito  determinada falcatrua. Veio a descobrir-se, mais tarde,  que  foi  tudo uma falsidade acusatória,  por  razões  meramente invejosas por parte de quem manobrou, maldosamente,  no sentido de pretender  e substituir o velho Gerente, que há anos, honestamente exerce a sua função administrativa, com muita capacidade profissional..

Curiosamente, com o novo gerente,   chegou a haver  "maka", pois, como eu tinha vindo do Ultramar, ele  não simpatizava com os chamados "Retornados"., embora  ele tenha trabalhado  em África.

Mas a razão  deste historial,  vem a preposto do papelinho acima inserido...

É que, ao  final de uma certa  tarde, - há já  longos anos atrás -    após intenso trabalho, no exercício das actividades normais ,  negociáveis,  ainda  no tempo do  antigo Gerente, passara-se o seguinte-:

A hora da saída do estabelecimento  em que estávamos a  trabalhar,  entra, rapidamente,  uma equipa de policias pela Agência dentro, e, surpreendentemente, , amarra e prende o  habitual  Gerente,e, quando se dirigia a porta  da saída, eu, levantei-me e em voz grossa  gritei ...

 "Colegas, neste momento o nosso Gerente está sendo amordaçado, pela Polícia,  para o levarem para a prisão, não sabendo Nós porquê, e qual o motivo .  Colegas, enquanto não for julgado, por um Juiz, em  Tribunal, não permitimos que o levem preso, pois por  enquanto, é um Trabalhador cumpridor dos seus deveres profissionais,  e não sendo ainda  condenado, pelo Tribunal,   ponham-no , já, em LIBERDADE  e não  o desloquem, injustamente,   para a cadeia, sem ter havido prévio  julgamento"  (Palmas e vivas...) !....

Mais tarde, provou-se que fora vítima de uma  terrível  vingança pessoal, e que estava completamente inocente..

Todo o Pessoal concordou  comigo..

Não é de estranhar, que, após o funcionamento de gestão do novo Gerente, que  recentemente  substituíra  o  Gerente antigo, que fora  agora  afastado (aquele que me recebeu com dignidade, quando me apresentei, pela primeira vez ao serviço) começamos a ter uma "guerrilha", que foi o "gatilho" que  acabou por  me conduzir  ao  estado de uma Reforma,  com direito à   pensão mínima no sector Bancário, que foi  calculada em bases   consequentes da revoltada "Exemplar Descolonização)

(continua).

PS - Omito nomes, pois o tempo ceifou-me  a memória dos intervenientes neste programa, não televisivo...

3 comentários:

  1. pois meu caro senhor tambem eu vou omitir nomes mas sempre lhe direi que essa pessoa, o gerente que tanto defende neste texto, acabou por ser posteriormente justamente acusado de desvio de dinheiro pois aprovou diversos emprestimos sem garantias de especie alguma para o tal negocio "honesto" da dita esposa que depois nao pagou como é bom de ver. Se calhar o senhor nao se lembra pois ja foram muitos anos passados mas essa é a verdade e de inocente esse senhor tinha muito pouco. Eu sei porque eu tambem lá estava

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  2. Obrigado pelo esclarecimento que acabou de me prestar. Como tudo que me relata só decorreu após a minha mudança de casa, e de terra, pelo que tudo quanto se passou é de puro desconhecimento de minha memória, ceifada pelo tempo. Pelo menos, não tive razões de queixa, na altura em que tudo se desenrolou, pois sempre fui bem tratado pelo dito Senhor.. Já são decorridos muitos anos...

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  3. Caro Anonimo: Fiquei muito surpreendido com o que me conta, pois nunca mais tive noticias acerca do que se passou, porque, entretanto, tinha passado a residir noutra Terra. Todavia, maguou-me bastante a sua noticia, pois nunca desconfiei de nada, do que me conta agora. Sempre enalteci o SILENCIO DOS BONS .

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