Rio Cuanza - a 60 quilómetros a sul de Luanda- Angola.
Eram cinco horas da madrugada e, no parapeito do horizonte já o sol se colocava, para nos enriquecer com a sua luminosidade, num dia calorento, como sao caracteristicos no Verão africano..
Atrelado ao carro Morris-1300,. o barquinho (que a foto mostra) mais os apetrechos de pesca ao corrico, e com o farnel à africana, e com a inseparável máquina de filmar, perguntei à minha Mulher, tambem amante da pesca, se já estava tudo pronto para partirmos.
-Resposta da minha Mulher, Alvariana, " Sim, já podes dar início a nossa viagem, com destino à foz do rio"
Chegados ao nosso destino, com a ajuda de um habitante do lugar, desatrelámos o barco, e... pronto!
Dado o arranque ao motor, lá começámos a subir pela forte corrente do rio, e, passados alguns momentos.... truz... o carreto da cana de pesca começou a rodar ruidosamente, sinal que havia já um peixe que mordera na amostra. e ficara "fisgado".
Com o nosso entusiasmo, o peixe começou a ser puxado para junto do barco, quando, repentinamente o motor para. De imediato, lancei mão ao arranque para o pôr a funcionar novamente mas... não pegava de maneira alguma. Como medida cautelar, agarrei-me, então, a um dos remos que tinha a bordo, quando este por qualquer motivo, partiu-se, e sucedeu o mesmo ao outro remo que estava sob os bancos.
Ficámos, assim, um tanto à deriva, e a forte corrente já estava a arrastar-nos para uma perigosa situação.
Numa das margens, alguém ainda tentou ajudar-nos, mas sem resultado.
Apercebi-me, perante o barulho, que já vínhamos sentindo com a aproximação da rebentação. das ondas que já estávamos bem perto de uma situação de perigo de vida!
Gritei para a minha Santa Mulher, Alvarina Teresa, (que eu tratrava por Dinha):
"Dinha, REZA A NOSSA SENHORA, QUE NOS SALVE. !"
Quer acreditem ou nao, o que é certo é que notei que a embarcaçao começara a rumar (a ser desviada) na direcção da margem oposta onde as águas eram mais serenas.
Ao aproximarmos de terra, perguntei "Dinha já viste aquelas gaivotas ali em terra ?". Respondeu-me "Não!"
Tinha perdido a vista durante alguma trempo e partido um braço.
Socorridos, já ao anoitecer, fomos então acompanhados até ao nosso automóvel Morris e regressados a casa, sãos e salvos. Até a máquina de filmar se salvou ...
No dia imediato fomos à Igreja, rezar a NOSSA SENHORA.
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