segunda-feira, 15 de fevereiro de 2016

Quando os milagres acontecem...

Há coisas do arco da velha,  francamente inexplicáveis,  que por momentos nos deixam boquiabertos, sem saber o que pensar. Quando tal acontece,  é vulgar atribuir tais acontecimentos a fenómenos verdadeiramente milagrosos, fruto da acção de um  Deus que opera de forma misteriosa.


Vem isto a propósito de algo que me aconteceu ontem,  Domingo,  14 de Fevereiro de 2016, dia de S. Valentim,  padroeiro dos namorados. Como faço frequentemente,  decidi,  apesar do mau tempo,  chuva,  vento e frio,  ir visitar a campa da minha saudosa Esposa,  no Cemitério de Olhão. Assim, contra ventos e marés,  enfiei-me no meu velho carro e pus-me a caminho.  Durante o percurso a tempestade  tornou-se ainda  mais furiosa. O vento quase impedia o movimento do velho automóvel e a chuva embatia implacável no vidro da frente, de tal forma que as escovas que deveriam afastar a torrente mostravam-se quase incapazes de lhe fazer frente.  Ao chegar ao Cemitério,  a borrasca era tão atemorizadora que as pessoas procuravam com grande dificuldade proteger-se da fúria de S. Pedro.  Decidido a prestar a minha homenagem àquela que foi o Amor da minha vida,  saí corajosamente do carro e dirigi-me para o Cemitério.

Cansado de  lutar contra a intempérie,  sentei-me num banco logo à entrada do Jardim Eterno. Foi nesse momento que comecei a sentir que algo estava a mudar. Em meu redor parecia começar a formar-se uma   capa protectora que impedia a tempestade de me atingir, ao mesmo tempo que um raio de luz solar irrompia de entre as nuvens,  aquecendo-me e parecendo iluminar o caminho. Surpreendido,  levantei-me e,  começando a caminhar,  fiquei ainda mais maravilhado ao perceber que o raio de luz me acompanhava,  protector,  indicando o caminho a seguir.  Senti uma calma, uma Paz  imensas,  sentindo simultaneamente que  algo,  ou alguém,  me acompanhava,  materializado naquele raio luminoso que  me aquecia e confortava.

A minha companhia luminosa escoltou-me até ao meu destino,  a  morada eterna da minha Esposa,  tendo-se,  surpreendentemente,  imobilizado  exactamente no local onde também eu  me imobilizei. Enquanto  conversava  com Aquela que foi  minha Companheira,  Amiga,  Amada e Confidente, pude testemunhar que, à minha volta,  as condições climatéricas se iam tornando mais favoráveis, parecendo corresponder ao diálogo que mantinha com a minha Alvarina Teresa.

Por ser uma história tão incrível,  não contei a ninguém,  com receio  que achassem que tinha perdido de vez o juízo. De facto,  estes acontecimentos são tão incríveis,  difíceis de descrever,  de explicar e de,  em última análise,  entender, que só posso classificá-los como pertencendo à categoria dos Milagres,  um verdadeiro Milagre do dia dos namorados...


À memória da que mais amei na vida - Alvarina Teresa - Que Deus a tenha  em Eterno Descanso...

Tá?!...

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