sábado, 2 de setembro de 2017

O buraco negro da Justiça, onde toda a inocência desaparece...

A  Justiça é tudo menos justa e é imperfeita. O ser humano é imperfeito, sendo, por isso, as suas obras, sejam elas quais forem,  necessariamente imperfeitas,  independentemente da sua grandiosidade e  esplendor.  Assim,  sendo as Leis obra dos Homens,  também elas padecem dessa  mesma  imperfeição,  frequentemente ampliada por interesses   que moldam estas Leis.

Saídas da fonte legislativa que é a Assembleia da República, onde se sentam os representantes do povo, as Leis passam a ser aplicadas e tornadas realidade pelas mãos de Juízes e Magistrados. Também estes são apenas Homens e Mulheres imperfeitos como qualquer outro. Também aqui se  movem interesses poderosos que tentam a todo o custo orientar a aplicação das Leis a seu favor. A isto chama-se corrupção.

Por tudo isto, a susceptibilidade corruptiva que conduz a uma justiça  inquinada, frequentemente favorecendo ricos e poderosos, decisores políticos e judiciais deveriam estar imbuídos de  sólido sentido de missão patriótica,  blindado por remunerações salariais à prova  de corrupção.

Casos mediáticos como o de José Sócrates, os submarinos do Portas ou os "sacos azuis" da PT,  parecem fantasmas que vagueiam indefinidamente pelos corredores dos Tribunais até à tão desejada prescrição do processo. Todos, sem excepção, clamam inocência e dizem-se vítimas de perseguição. Malditos investigadores policiais que, com a sua incompetência, passam a vida a acusar tão virginalmente inocentes Senhores...

A tudo isto a Ministra da Justiça tenta acorrer, qual bombeiro a tentar extinguir uma floresta em chamas com apenas uma bisnaga de água. Pressionada pelo Ministério das Finanças que se recusa  a abrir os cordões à bolsa,  por um lado,  e pelos Sindicatos dos Magistrados,  por outro,  a todos procura agradar sabendo que o seu esforço será sempre, provavelmente, em vão.


in Jornal de Negócios

Vendo bem as coisas, quem merece salários mais condizentes com a sua responsabilidade ? O Administrador da  Caixa Geral de Depósitos ou o Presidente do Supremo Tribunal ? Um recebe vinte e cinco mil, o outro talvez sete mil. Um procura formas de lucrar a qualquer custo, o segundo tenta  colocar atrás das grades o primeiro quando descobre as falcatruas. Se este último não for   financeiramente recompensado via salário, corremos o risco de o primeiro ajudar o segundo a troco de uns olhos bem fechados...
Tabela salarial de Juízes e Magistrados, datada de 2009


Se há dinheiro para uns, para aumentos de reformas que não passam de cosmética política para enganar o Senhor Zé que tem uma reforma  miserável e que a vê aumentada nuns trocos que não dão nem para as aspirinas, tem que haver forma de proteger Juízes e Magistrados do assédio da corrupção. Ou então teremos sempre uma Justiça Injusta. Dir-se-á que. se nada se  fizer,  as coisas podem ficar negras...

Tá?!...

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