sexta-feira, 3 de junho de 2016

Flecha "recortante" de um Velho do Restelo Grisalho....

Há dias em que ligamos a televisão, ouvimos a rádio ou ligamos o computador e o primeiro impulso é voltar a desligar tudo. Na verdade, se tal fosse possível, a vontade é de pressionar um qualquer botão que pudesse desligar o mundo, reformatá-lo e voltar a ligar tudo apenas quando houvesse justiça verdadeiramente justa, bondade, honestidade e respeito pelo próximo.

Hoje é um desses dias. Nos jornais do dia é veiculada a notícia de que os partidos da esquerda,  actualmente no Governo do País, rejeitaram uma proposta de Lei que visava criminalizar o abandono de idosos em hospitais e lares para a terceira idade. Afirmando que a actual moldura penal é adequada, PS, PCP e BE recusaram aprovar  uma lei que viria a criminalizar  o abandono de idosos. Custa aceitar e compreender esta posição,  ainda para mais vinda de partidos que se dizem do povo e para o povo.  Estranhamente foi há pouco tempo  aprovada uma lei que  pune de forma severa  quem abandonar  um animal. Tenho o maior respeito pelos gatinhos, cãozinhos, papagaios, tartarugas e periquitos mal tratados por esse país fora,  mas tenho ainda mais respeito e preocupação pelos idosos que são diariamente abandonados pelas famílias em corredores de hospitais ou em casas onde esses mesmos idosos se acumulam, como objectos velhos e sem utilidade, num canto escuro da garagem ou sótão.

 


Por via do facebook chegou também notícia  de uma reportagem internacional realizada em Angola,  na qual se afirma que é neste país africano,  tão próximo de Portugal, que morrem mais crianças em todo o mundo.  Nesta reportagem são mostradas imagens impressionantes de  crianças em agonia,  morrendo perante o olhar impotente de seus pais. Num país riquíssimo,  onde os diamantes brotam da terra como a água de uma fonte,  onde o subsolo é um oceano de petróleo,  onde as classes dirigentes vivem num luxo  inconcebível,  rodeados de miséria por todos os lados,  todos os dias morrem milhares de crianças, vítimas da fome,  da doença e da falta de médicos e de hospitais devidamente equipados para impedir   uma morte evitável. Tenho aqui,  já por diversas vezes, "engraxado" a filha do presidente angolano,  a menina Isabel,  mas desta vez fiquei tocado pela impressionante  reportagem em que o contraste entre a riqueza corrupta e a miséria assustadora  é por demais evidente. Como pode alguém viver  num luxo difícil de imaginar até pelos padrões europeus,  numa cidade, Luanda,  onde um apartamento pode ter uma renda mensal de mais de dez mil euros,  enquanto crianças inocentes morrem por falta de medicamentos e cuidados médicos cujo custo é,  comparativamente,  irrisório?


Pois é,  é  este o mundo em que vivemos. Um mundo cruel,  globalmente insensível e essencialmente ganancioso. Onde está o interruptor para que eu possa desligar esta máquina   de fazer tristeza, para depois  substituir por outra, produtora de alegrias e felicidade ?...

Tá?!....

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