domingo, 4 de fevereiro de 2018

Recapitulando fases inglórias de um glorioso passado...

Hoje, Domingo, 11h09 do dia  04/02/2018, ouvindo a Missa, em casa, que a RTP está emitindo, por qualquer razão, surgiram-me, de novo, no meu cansado cérebro, episódios que se passaram na  minha vida, há muitos anos, e que, não se desprendem da minha memória, talvez por  um cansaço resultante  de situações de um isolamento e solidão, que a recente viuvez me matraqueou.

Eis alguns factos, que passo aqui a  divulgar, na base de fotos que  estão patentes na prateleira da estante, na sala de estar.


Na realidade, dias antes da Independência de Angola,   por motivo de força maior, devido a grave doença, surgida quase ^à ultima da hora,  fui obrigado a deslocar-me, urgentemente,  de avião,  com destino a um Hospital em Lisboa, para tratamento, inexistente, na altura em Luanda..
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...Fui,  em Angola, terra onde nasci, um dos Trabalhadores que compareceu na inauguração do Banco Totta-Standard de Angola, onde cheguei a assumir a chefia contabilística e parte directiva, deste ex-Banco, e que, agora, decorridos longos anos, de um trabalho exemplar, fui catapultado para um forçoso estado de "exílio" mercê de causas e atributos provenientes  da  "Exemplar Descolonização".

Hoje, estou reformado, em Portugal, auferindo uma mísera pensão de reforma,  que só foi conseguida porque, em 4 de Junho de 1982, fui obrigado a aceitar condições que me foram impostas pelas Direcções Bancárias, onde estava exercendo actividade laboral. As razões pela qual não tive outro remédio senão ter sido obrigado a aceitar, para adquirir, em condições especiais, o direito à reforma, que me foram impostos pela entidade bancária patronal (B.P.S.M), dado que, face a deliberação que a Junta Médica, constituída pelos Dignos Médicos Especialistas, Drs. Cruz,  Serrano e Lima das Neves, na base do que me sucedera de ter  sido no local de trabalho, na filial do Banco onde estava exercendo  actividade profissional, vitima de maus tratos e ofensas, que me causaram  um estado de saúde muito débil e perigoso. Foi, então, assim, que passei a ser reformado bancário, com limitações de diuturnidades - entre outros casos - que me levam , agora, a  sustentar a vida até ao dia em que irei ser transportado até à Cova...

Estou em crer ter sido a causa de tudo isto o facto de ter sido um dos Retornados vindo do Ultramar, onde exerci cargos de Topo, constituindo razão para a não aceitação de maneiras diferentes de  comportamentos laborais, e não só.







Em resumo, e para que a memória não seja ceifada, de vez, com o andar dos tempos, aqui fica mais uma prova de que o problema não teve outro final, do que o que foi relatado em publicações anteriores, pois, já decorrido o prazo legal, recorreu-se a Justiça  internacional, com o objetivo de se chegar a um fim, sem obstáculos.... mas o que  veio a suceder, foi isto: Assunto entregue   ao Ministério da  Justiça... mas... mas nada se conseguiu...



A minha vinda de Angola, por razões já explicadas, veio a criar, quando readmitido no campo da actividade bancária, em Portugal, um certo tipo de desigualdades, mercê de ter vindo de Angola, com base num tipo de racismo (embora eu seja  de tez branca), sobretudo entre os  Colegas de Categoria superior à minha, com quem  cheguei a ter  discussões bem acesas, apesar de ter tido uma  boa aceitação e feliz convívio com os Colegas de categoria igual a que com fui admitido nos quadros bancários. Lembro-me da carga negativa que transportava consigo a palavra "RETORNADO". Tratar alguém por esta designação era quase como chamar-lhe FILHO DA P#%@ !!! Por via disso, cheguei, às vezes, a ser tratado como um cão raivoso...

Mas, os tempos agora são outros.... e com  toda a Gente dou-me tão bem, como Jesus Cristo me ensinou. Apesar de, ao contrário de Cristo, não gostar muito de dar a outra face depois de ter levado uma chapada....

Não nos esqueçamos,  porém,  que  uma das principais bases em que  tudo se assentou  quanto  às decisões assumidas por parte das Administrações que governavam a superior actividade dos Bancos, a fim de me atribuírem o direito de reforma, mercê dos maus tratos e agressividades a que eu constantemente estava sendo vitimado, comprovadamente declarado,  foi,  sob a palavra de honra. do distinto médico Psiquiatra, Carneiro do Santos, em que  num Atestado Médico oficializado,  declarara que o meu  grave estado de saúde tinha a sua principal  origem  na forma   agressiva, e grave, como era tratado  no meu próprio local de trabalho, causador da gravidade do meu estado de saúde e incapacidade de poder continuar a trabalhar,  pelo que aconselhava que me fosse dada, de imediato, a Reforma, por inteiro, sem deduções, com todas as disposições legais, o que não sucedeu... pois acabei  por ser Reformado, apenas com direito a uma simples pensão de Reforma...a mínima dos mínimos, prevista no sector bancário...



Original deste documento (Atestado Médico subscrito por  Especialista Psiquiatra), foi entregue, na devida altura à Direcção Bancária, em Lisboa,  para efeitos legais. Serviu de base para todo o processo envolvente, quando as decisões então assumidas.

Tá?!...

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