quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Nas nuvens...

Olho pela janela e vejo o céu carregado de nuvens cinza e, de quando em vez, um raio de sol espreita timidamente. A vida corre  devagar, os jardineiros aparam a erva que cresceu demasiado com a chuva dos últimos dias. As pessoas caminham, indolentes, para o seu destino. Aqui,  frente a este monitor faço aparecer, como que por magia, palavras e imagens,  memórias de sempre que nunca se apagarão.

Da minha caixa de surpresas infinitas continuam a surgir pedaços que tento juntar a um ritmo frenético, mas nunca suficiente para acompanhar a avalanche de  ecos quase imemoriais de memórias que me assaltam a todo o momento.

Hoje, com mil e vinte e seis meses de idade, com os segundos sempre a contar, recordo os que já partiram,  revejo os que cá estão e assisto à chegada dos que vão chegando. Junto tudo e sai muito. Por muito que procure, encontro sempre mais.

O alegre encontro/reencontro com familiares que, por via da própria vida, se encontram espalhados por todo o Mundo, parece ter despertado ainda mais a sede de lembrar, rever e voltar a registar com receio de algum dia vir a esquecer...

Ao reler velhas cartas sou direccionado para imagens mentais que procuro materializar em imagens reais. Agarro nos meus "caixotes" e lá está aquela foto ou aquele filme com aquela imagem que vagueava pelas curvas quase insondáveis de um cérebro  naturalmente cansado. Mas não desisto. Para que todos se lembrem de ontem e de hoje no amanhã,  alguns terão que assumir o papel de cuidadores de memórias. É assim, com modéstia mas com  empenho que vou juntando as peças de um puzzle interminável.

Desta vez juntei umas quantas imagens, esperando que alguém se lembre  de outro alguém e que faça despontar uma nova  história para ser contada e recontada.

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