segunda-feira, 28 de outubro de 2013

O "dragão" da vida...

E escrevia,  no seu livro, o escritor Agualusa - " A Conjura",   " que a força e a originalidade  de um genuíno romance  angolense só se poderá conseguir  através da sábia mistura entre o imaginário e a realidade.  Porque é assim que nós somos."..

 Pois, se assim  é,  aqui vai um  "contosinho",  talvez com uma mistura romanciada,  que, em Angola,  na idade em que, nós, os "miúdos" para  irmos  à caça,  tinhamos  que  ir munidos de uma boa "fisga", pois, o objectivo era apanharmos alguns pardais,  ou  periquitos,  que e encontrássemos no caminho,  cheio de lama , que as fortes chuvadas provocavam. Quanto ao uso de armas de fogo, nem pensar, porque, essas, só os militares é que as usavam.  Além do mais,  na data, cada um de nós , infantis,  tínhamos uma dimensão muito menor que  qualquer  arma de caça , à venda nos estabelecimentos apropriados nesta matéria....

Sentiamo-nos,  nas nossas aventuras infantis, uns ferozes caçadores, mas, tremíamos  de medo assim que sentíssemos,  e ouvíssemos,  entre o espesso  capim,  um  simples zurrar  de qualquer burrito, que estivesse  por ali  a pastar...

Evidentemente,  que  os nossos  Familiares, adultos, vigiavam-nos, mas, como é do conhecimento geral,  os campos, mesmo  os do tipo da selva, em Angola,  são muito  vastos e longos,  e estendem-se quase que até ao  fim do mundo - são  himbondeiros , com as múcuas- cajueiros .- espinheiras - palmeiras espinhosas, etc...

Um dia, somos surpreendidos, com um estranho barulho notando-se que  a uma distancia  era visível um  " rodopiar"  entre o alto  capim,  que nos assustou... e, a conselho, reunimo-nos todos, de imediato, aguardando os futuros acontecimentos..

A uma distancia que se perdia de vista, havia uma fazenda, de um  próspero comerciante que tinha grandes negócios, que incluía transacções  de  animais vivos, como vacas, bois, cabritos, cavalos, etc.

Nisto,  repentinamente,  fomos todos surpreendidos com a aproximação de um majestoso cavalo que perseguia um  pequeno  veado, que fugia à sua frente, e , perdemo-los de vista,  de seguida.

Já são passados muitos anos, mais de setenta, mas ficou-me  na memória  um espectáculo impressionante, que, procuro reter em imagem fotográfica, como a presente...





                     A vida real  também tem disto...  os "Poderosos"  tentando "comer" os...



Tá?!...


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