quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Efémero digital...

Hoje é tudo digital: o vídeo, a fotografia, a televisão, o telefone, até os livros são digitais. Perdeu-se o prazer do toque analógico, ganhou-se facilidade e rapidez de acesso a informação de todo o tipo. No entanto,  da mesma forma que acedemos instantaneamente a qualquer pedacinho de história que guardemos, seja de que forma for, também é fácil e rápido apagar essa memória para todo o sempre.

As fotografias em papel, a moldura estática, o sorriso sempre pronto,  as páginas de um livro amarelecidas pelo tempo, é tudo coisa do passado. O real passa a virtual, o durável a efémero. Sinais dos tempos, dirão alguns, tempos estranhos, acrescento eu.

Guardo, com enorme carinho, um vasto arquivo de fotografia e filme que os meus netos podem ver e desfrutar. Se os vossos netos irão ver  as vossas imagens digitais, guardadas em minúsculos cartões de memória,  isso estou em crer será dificil.

Imprimo, gravo, copio, reescrevo, volto a imprimir e gravar. Pode ser que assim,  espalhando pelo infinito, possa mostrar aos netos dos meus netos como eram os Avós dos seus Avós.

Dia 5 de Outubro, dia importante para Portugal  que alguém achou, a bem da Nação, desconsiderar anulando o feriado comemorativo, teve lugar uma importante reunião de família,  lá para os lados de Sintra, que juntou membros da família  Carmo Ferreira de todas as gerações. Honrado por me ter sido permitido estar presente,  fiz questão de, mais uma vez, guardar fragmentos de tempo que por um momento é presente para, no segundo seguinte, ser passado. Espero poder assim contribuir para que os netos dos netos, crianças hoje, velhos amanhã, possam saborear momentos tão efémeros quanto a própria vida...

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