segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Percursos filmados em Angola, há já uma série de anos

A solidão é um estado de quem  se sente  só,  retirado do mundo ;  a sensação  de um  eterno   isolamento.  Cria-se uma visão particular das coisas,  de um ponto de vista muito pessoal,   muitas vezes em razão de  recente  separação, conjugal,   motivada por  uma  viuvez,  em que  foi quebrado o juramento  de se ser fiel, toda a vida,  até  que a  foice da morte nos separe! Independentemente do  aconchego  e Amor Filial  que a Família continua a dispensar,  sessenta   anos de um feliz convivio matrimonial  tem os seus custos na  persistente emotividade...

Recurso a um espólio que subsistirá,  certamente,  poderá vir a ser  o unico meio condutor  a visões de  imagens que, num distangte passado, , foram filmadas, e agora  preservadas em embalagens que a foto anexa mostra:



Bobines, de 8 mílimetros,  carregadas com filmagens feitas, há longos anos atrás, em Angola.

Paladino busco anelante, o Palácio Encantado da Aventura...


Ainda eu era um rapazão solteirão, pretendido por inúmeras colegas solteirinhas, trabalhando  todos na mesma Empresa, em Luanda (Angola), e   como era um bom condutor,  e divertido, era constantemente abordado afim de, comandar,  como  "chefe da equipe",  para organizar passeios, quando possivel, por toda a extensão territorial de Angola.

E assim foi,  durante muitos anos, e com a ajuda de meios técnicos e finaceiros, visitámos terras distantes de Luanda ( onde existia a Séde da Empresa), e percorremos cidades como Lobito, Benguela, Novo Redondo, Porto Amboim,  Moçâmedes, Luso, Sá da Bandeira,  Cabinda,   Canhoca,Vila Salazar, Uige,  Silva  Porto, Nova Lisboa, Porto Amboim, Canhoca, Cela, Malange, , etc.

As fotos tiradas,  tal como as filmagens, dão conta do grande êxito   das visitas que este Grupo teve a oportunidade de  apreciar.  As Quedas do Duque de Bragança, então, foi um delírio


São cenários filmados das grandes "passeatas"  que  os Colegas de Trabalho faziam por Angola fora., em tempos  gloriosos!..


Na Empresa onde iniciei a minha actividade laboral, e fui colaborador muito apreciado pela Entidade Patronal , durante 20 anos ( Sorel.Caterpillar), exerci funções diferenciadas, tal como contabilista auxiliar, e coordenador  na área de importação e  exportação,  que me obrigava, por vezes, a enfrentar,  pelas    estradas fora, temíveis  tempestades,  coordenando todo o expediente  resultante das transacções que se operavam entre firmas sediadas no interior, da  Colónia de Angola.

Ainda me lembro de uma assustadora viagem em que havia necessidade de atravessar   em   jangada,  sobre rios caudalosos, e que , a meio da viagem, ja perto da margem  oposta, a meio  do rio, um grande  relâmpago . incidiu sobre a  volumosa carga conduzida  na  camioneta,  provocando uma avaria que paralizou o motor que impulsionava a jangada. Resultou daí, que a jangada paralizou a meio do rio, com avaria nos motores,  e que  só de madrugada é que se  reparou a avaria, obrigando-nos a permanecer toda a noite, ao sabor  das escuras  águas do rio Cuanza..
Travessia do Rio, em jangadas...

Outras actividades,  consentâneas com  a idade de então,  foram exercidas. mas  dentro dos limites da capacidade desportiva, pois o  tempo não chegava para tudo - natação,  remos, pesca desportiva,  automobilismo,  mas de futebol nunca cheguei a ser bom desportista..

O autor, a força dos 20 anos...

Ao fundo, nota-se a Igreja , Muxima, onde, perto,  se deram violentos combates...

Margem esquerda do Rio Cuanza, perto da tenebrosa foz deste caudaloso rio...
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Todavia, o marco histórico que mais me marcou, - ja o expliquei em  blog anterior-   ocorreu numa manhã,  na  Sociedade onde estive empregado ( Sorel-Caterpillar), que de novo relato.

Como disse, na  Empresa, muitas Senhoras e Senhorinhas  prestavam igualmente a sua  valiosa colaboração, com as quais tive sempre cordeais e respeitosas ligações. Acabada de chegar da Metrópole,   através de anuncio publicado  no jornal " a Provincia de Angola ", uma Linda e Encantadora Senhorinha tinha acabado de ser admitida para o cargo de  Secretária da Gerência, com a qual me cruzava diariamente, e os nosso encontros diários  nunca iam para além dos "Bons Dias", e nada mais.

Certa manhã, já perto do Natal,  quebrando o habitual "Bom Dia", a dita e Encantadora Nova Empregada,  aproximando-se,  timidamente,  fez-me  a seguinte pergunta: "O Colega Armando sabe dançar ? ".  Minha imediata  resposta: "Não" !    "Então se quere aprender,  eu ensino-lhe, e vá ao baile que o Benfica realiza, logo à noite, dada a sua vitória  recente"

E, como ficou combinado, lá apareci,e, à chega, fui  apresentado à Família que a rodeava....

Com efeito aprendi a dançar.  e... resultado... O NOSSO CASAMENTO   RELIGIOSO  FOI  CELEBRADO, POUCO TEMPO DEPOIS, NA IGREJA DE NOSSA SENHORA DO CARMO, EM LUANDA.

Com dois Filhos que vieram depois,  sempre fomos muito   Felizes... e vivemos sempre com muito amor e harmonia  conjugal..

Só que, ja em Portugal, sessenta anos apos, o dia 12 de Dezembro  de  1953, em que juramos solenemte, no altrar,  sermos fieis e dedicados toda a vida, a Morte,  inesperadamentre,  separou-nos...

 Eterna saudade...


Em Portugal (Olhão-Algarve)





À saída de Igreja no dia do casamento


Tá?!...

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