segunda-feira, 13 de outubro de 2014

Saudades...

O  tempo e o espaço eram outros. O relógio andava mais devagar,  o Sol brilhava mais num Céu de um azul ensurdecedor. Num Mundo sem Internets e telemóveis,  quando os computadores em todas as casas era ainda uma ideia de ficção científica,  as pessoas relacionavam-se de outra forma. Sem toda esta bugiganga para nos distrair do importante,  as relações centravam-se nas pessoas e não nos adereços. Sem telemóveis,  sem facebooks,  as pessoas encontravam-se para saudáveis convívios em que se conversava olhos nos olhos. Havia mais empatia,  o Universo como que estava sincronizado para permitir que todos se encontrassem à hora e no local combinado.

Noutros tempos eram frequentes as almoçaradas e jantaradas que juntavam Colegas de trabalho e Amigos. Muitas vezes tive o gosto  (hoje resta a saudade ...) de juntar à mesa,  em agradável convívio,  os Colegas e Amigos que comigo partilhavam o espaço de labuta diária.

Comentário recente feito por um desses Amigos e Colegas,  recordou  um dia em particular. Lembro-me, quase como se fosse hoje, do almoço servido no amplo quintal de minha casa, em Luanda,  à sombra  protectora das árvores aí plantadas. A ementa consistiu numa mágnifica moamba confeccionada por uma empregada, negra,  vinda dos Muceques. Com fama de especialista  em moambas,  deixou todos os convivas em verdadeiro êxtase com a refeição servida. A opinião generalizada era de que jamais haviam experimentado uma moamba tão boa.

Um grande abraço para Ti, Amigo e Colega Amilcar

Quem  sabe emocionada com tantos elogios,  a cozinheira,  grávida de nove meses,  teve de ser,  ao final da tarde,  transportada ao Centro de Saúde por já estar a sentir as dores próprias do parto.. Neste caso,  como em muitas outras ocasiões,  fruto da sua bondade e gentileza,   foi a minha Esposa, Alvarina, convidada para madrinha de baptismo do  rapazinho, então nascido.

Que tempos bons,  que recordações inolvidáveis...

Tá?!...

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