quinta-feira, 11 de junho de 2015

Abandonados...

Estes últimos dias têm sido intensos. Dia 10 de Junho,  dia de Portugal,  de Camões e das Comunidades  Portuguesas espalhadas por esse Mundo fora,  foi também o dia  em que se celebrou o octogésimo oitavo aniversário do nascimento daquela que foi Mulher,  amiga,  confidente,  cúmplice e companheira,  a saudosa Esposa,  Alvarina  Teresa. Nunca é demais recordar aquela que,  vai fazer cinco anos no próximo mês de Novembro, partiu para junto de Deus,  depois de  um último suspiro e um último olhar,  como sempre,  a meu lado. É a Lei da Vida e da Morte, mas, ainda assim,  difícil de suportar,  apesar de todo o apoio e carinho da Família e Amigos ao longo destes cinco anos. Em blog anterior fiz referência à homenagem prestada neste dia,  10 de Junho.

Apegado às memórias,  dei hoje de caras com imagens impressionantes,  as quais não espero ver repetidas,  publicadas no sétimo volume da colecção do  "Correio da Manhã" dedicada à descolonização.  Fotos de milhares de escorraçados,  homens, mulheres e  crianças,  obrigadas a abandonar toda uma vida, carregando os pertences que conseguiram deitar a mão,  deitados no chão,  como fugitivos de uma injustiça implacável,  vítimas de uma "exemplar descolonização" que apenas serviu os interesses de muito poucos que ganharam demasiado à custa da vida de quem se viu escorraçado sem perceber como nem porquê.



É demasiada coisa para digerir de uma só vez.  Fico cansado e com forças apenas para desejar que gerações  futuras possam jamais passar por semelhante provação...


Tá?!...

PS-

Sétimo volume da colecção do "Correio da Manhã" dedicado à  descolonização, hoje posto à venda.

 Neste volume, estão publicadas fotos de milhares de escorraçados, homens, mulheres e crianças, obrigados a abandonar toda uma vida, como fugitivos de uma injustiça implacável, vitimas de uma "exemplar descolonização" que apenas serviu os interesses de muito poucos  e hoje grandes ricaços à custa dos que foram  apelidados de... "Retornados"...

Nestas fotos, como se disse, estão fotografadas crianças, que na altura,  tinham   pouca idade,  e que, hoje, decorridos mais de quarenta anos, algumas  das quais até já sejam Papás,  ou mesmo  Avozinhos,com cabelos brancos..

Muitas delas, nem sequer tinham idade para se aperceberam da "catástrofe"  e da realidade de que estavam sendo vítimas, mas que hoje, provavelmente,  possam ter  algumas lembranças e horrores porque passaram ,na sua adolescência infantil, naquele  conturbado período..

 As pessoas, actualmente,  vão  tendo a possibilidade de  apreciarem  estas  "imagens recordativas,,  mas  para isso terão que estar munidas  ou de  computadores ou  adquirirem Livros ou Revistas onde tenham  sendo publicadas. Não sendo por esta via,  dificilmente virão a ter  a possibilidade de as verem, e analisarem, em consciência.  o que o tempo vai silenciando  quanto  aos  dramas  a que estiveram submetidos.

Temos , actualmente, Televisões que nos "encharcam", agora,  com programas de uma constante  infantilidade, por vezes incompreensíveis,  devido a qualidade "fantoche" de certas  entrevistas,por vezes,  imperceptíveis.

Diz-se que a dor só dói a quem a sente... Portanto,  dentro desta perspectiva, nada mais consentâneo do  que ouvir da boca dos  próprios  que compartilharam   nestas tragédias, pois só elas é que terão a capacidade de relatar, com  toda a verdade. os  acontecimentos   sucedidos há mais de meio século.

Um alvitre, apenas ! Obrigado.

                                                                        ADEUS...

Adeus Angola...

Tá?!...Tá?!...


Sem comentários:

Enviar um comentário