quarta-feira, 17 de junho de 2015

Um glorioso e aventureiro passado...

Sensibilizado pela leitura do jornal local "O Olhanense", editado em 1 de Junho corrente, sob o título José Rodrigues Belchior, que "recorda a autêntica odisseia marítima do agora falecido José Belchior,  o heróico velejador que num saveiro de 6,5 metros fez a travessia do Atlântico, em toda a sua extensão, da ilha da Culatra ao Brasil. Na frágil embarcação " Natália Rosa", por razões amorosas, fez-se acompanhar, secretamente, pela sua amada Felismina Inês, de 27 anos, com quem se apaixonara, mas que  entre eles existia um grande problema de ordem familiar, o qual, foi secretamente silenciado até ao momento em que ambos já se encontravam  bastante longe da costa algarvia, pois a ilha da Culatra situa-se na barra que dá acesso marítimo à cidade de Olhão.


Ora bem. Vim de Angola,  em Setembro de 1975, quando tinha  ainda cinquenta anos de idade, por ter sido  afectado por  doença que me obrigou a socorrer-me de tratamentos médicos em Lisboa,  por em Luanda, na altura, não existir medicina adequada. Consequentemente, a função de chefia contabilística num Banco onde exercia tais funções, foi interrompida por essa razão, quando já entregue aos cuidados médicos em Lisboa, para tratamentos, fui alertado por comunicação oriunda de Angola, que, dada à passagem do Estado de Independência de Angola, o Banco, onde eu exercia funções de chefia, que eu deixara provisoriamente, tinha deixado de existir, e que o meu regresso a Angola, não era aceite, por razões inexplicáveis. Senti-me, portanto, a partir daí, como um forçado "exilado" do Ultramar Português, como consequência  da "exemplar descolonização", e actuação de certos "apátridas" portugueses, da época.

Perante factos consumados , em  que  na minha consciência nada me perturbava, na medida em que exerci sempre com dignidade e honra funções  laborais, e de chefia,  com pleno êxito, documentalmente comprovado, mantive-me, depois,  a trabalhar em Portugal, com dedicação e exemplar comportamento, conforme comprova a documentação arquivada, e, acabei por ser atirado, mais tarde,  para a situação de Reforma, na actividade bancária, com direito a uma simples  pensão que se  equipara  ao ordenado de um Aprendiz da Banca.

Como ainda me sentia ainda um tanto válido, mesmo depois de velho, acabei por cair de "para-quedas" na cidade de Olhão da Restauração. E foi nesta encantadora cidade, que vim a tomar conhecimentos de actos e feitos heróicos aqui protagonizados por gente dedicada a pesca e a artes marítimas. Foi assim que me entusiasmei a dedicar-me a escrevinhar blogs, relatando actos e feitos aqui praticados, no passado, por gente cá da terra. Por isso, um dos trabalhos que executei, foi o que se relaciona com o caso amoroso de Belchior com Felismina, conforme o caderno que aqui deixo fotocopiado. e que contem uma entrevista que fiz recentemente, com um dos Amigos nautas que se entendia, com o valente Belchior e a linda Felismina Inês.




Tá?!...

Sem comentários:

Enviar um comentário