sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Vozes de burro não chegam ao Céu..

Volta e meia  vou ouvindo as lamentações de  quem,  para além  de me ir auxiliando nestas coisas dos computadores, tenta todos os dias  incutir no cérebro  de jovens em idade escolar os conhecimentos necessários para passarem de ano  e,  principalmente,  motivá-los  para quererem  aprender  e terem curiosidade relativamente ao mundo que os rodeia. Tarefa impossível,  ao que parece. Passo a exemplificar:

Problema: O  João sai da Escola  às doze horas e vinte e cinco minutos. Percorreu seiscentos metros até à paragem de autocarro onde  chegou às  doze horas e trinta e sete minutos. Primeira questão: quanto tempo, em segundos,  demorou o João neste percurso ? Resposta da aluna do  9º ano: 12h37m - 12h25m = 0,12 s (zero vírgula doze segundos).  Segunda questão: qual a distância percorrida  pelo rapaz em quilómetros? Resposta da aluna do  9º ano: 600m = 6000 km (!!!).

O descrito acima parece uma coisa impossível nos dias de hoje,  com tanta informação ao alcance dos dedos,  literalmente. No  entanto,  dizem-me,  é cada vez mais vulgar encontrar  jovens que não sabem o valor do tempo e desconhecem o comprimento de uma vara de metro. Noutros tempos as salas de aula estavam forradas com mapas de todo o mundo, espalhados pela sala pesos e medidas mostravam quanto era um quilo ou que distância é um metro.  Hoje encontramos um quadro, paredes vazias e cabeças ainda mais vazias. Mais cego é aquele que não quer ver   do que aquele que por infortúnio da vida vive na escuridão... Em que  realidade vivem estas crianças e jovens, onde não existe tempo nem distâncias,  onde entender uma simples palavra parece ser um esforço sobre humano?  Onde vamos parar ? Por este andar,  a lado nenhum...

Tá?!...

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