O futuro, diz-se, a Deus pertence. Se é isto verdade, é também um facto de que as crianças e os jovens de hoje são, também eles, o futuro. Importa, pois, meditar e reflectir naquilo que transmitimos e ensinamos aos nossos filhos, netos e demais petizada. Que exemplos lhes damos, que ensinamentos lhes transmitimos, como ensinamos o que é a vida.
A verdade é que, com demasiada frequência, sou confrontado em corriqueiras conversas com os desabafos de quem lida mais de perto com a realidade juvenil actual e as perspectivas não parecem animadoras. A realidade parece sugerir que grossa fatia dos jovens são vítimas do imediatismo e facilitismo que norteia a filosofia da vida dos dias que correm. Enquanto que há apenas vinte anos quando queríamos saber onde se situa o Continente Africano, por exemplo, teríamos que recorrer a um livro que provavelmente estes mesmos jovens desconhecem e que se designava por Atlas. No processo de pesquisa era necessário percorrer o índice, situar a página ou páginas de interesse e, finalmente, localizar o objecto da nossa busca, África. Tudo isto exigia um processo de raciocínio, lógica e de memorização que ajudava por si só a reter para futura utilização a informação. Hoje, num segundo, carregando nuns quantos botões, obtemos sem esforço a mesma informação. Confiantes, ao que parece, que a mesma permanecerá facilmente disponível, os jovens de hoje como que, de forma consciente ou inconsciente, recusam armazenar nos seus jovens mas cada vez mais inúteis cérebros tal informação para uso futuro. Pensarão " se o que preciso saber está aqui (na Internet) guardado, para que vou eu matar a cabeça ?". Como consequência, ao que parece, é cada vez mais vulgar encontrar jovens que não conseguem situar num mapa ou globo terrestre o grande continente africano ou mesmo o nosso País e a respectiva capital, Lisboa. E depois, quando questionados sobre qual é a capital da China, brindam-nos com preciosidades como "é o Japão !"... É de deixar os olhos em bico a qualquer um...
Resta-nos ter esperança. E essa é de facto a última a morrer. Instituições mais tradicionais e tradicionalistas como os Escoteiros que, inspirados em Baden Powell, procuram incutir nos jovens ideais de união, camaradagem, amor ao próximo e curiosidade pelo mundo que nos rodeia. Unidos pela Bandeira do Escotismo, estes jovens são frequentemente envolvidos em actividades ao ar livre, acampamentos, à moda antiga, que lhes permite fugir do mundo virtual em que se refugiam demasiadas vezes. É, por isso, de louvar o que decorreu no fim de semana de 12 de Novembro, na freguesia de Quelfes, e que reuniu mais de quatrocentos jovens que saíram valorizados como Pessoas e Futuros Homens e Mulheres deste País e de um Mundo cada vez mais global. Tenhamos esperança, o futuro é destes jovens, saibam eles construi-lo da melhor maneira.
Tá?!...
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