quarta-feira, 10 de abril de 2013

Recordando Angola...

Pessoa Amiga, residente  na cidade do Porto, encaminhou-me,  recentemente,  páginas de uma revista, que o Jornal de Noticias insere, periodicamente, titulada Notícias Magazine, 05 Set. 2010, em que, devido ao assunto, destaquei as páginas dedicadas ao tema Histórias de África..

Com todo o respeito e devida  vénia, por inspiração, colhi, como fonte produtora  para a presente publicação, o teor contido nas  páginas do supra dito Magazine.

Titulo do artigo em questão,  subscrito pela Jornalista Susana Torrão.

"A professora do bairro".

Relata o que foi a vida de uma Professora, que leccionou em Angola (Manuela Pacheco) nos tempos do dito "colonialismo", mas para se ter  uma melhore  ideia, do que a autora pretendia  com a sua exposição,transcreve-se, "copiosamente", a história que fora publicada , então, em letra de imprensa:

"...O amor de Manuela Pacheco pelo ensino nasceu de um par de sapatos com uma mala a condizer. Tinha 16 anos quando pediu o  conjunto de acessórios. A resposta da mãe foi clara: " Não tos dou.  Se os quiseres, trabalha" "eu queria mesmo muito, pus-me a pensar, e lembrei-me de dar explicações em casa. Depois tomei-lhe o gosto", recorda hoje a antiga professora.  Fez formação em Angola, continuou com as explicações mesmo antes de ter o diploma e, aos 22 anos, estreou-se como professora primária oficial na Escola de São Paulo de Luanda. Só abandonou o ensino  quando não a deixaram continuar mais.
"No primeiro dia como professora cheguei a casa a chorar", recorda. A escola  ficava num bairro operário, com muita prostituição, e as meninas, com 5 ou 6 anos, tinham uma vivência e uma linguagem que a deixaram chocada. Mas depois do impacte inicial acabou por se sentir como peixe na água. 

(há, aqui, um pequeno salto do texto...)

As fotografias de Salazar,  Américo Tomás e do cardeal Cerejeira estavam nas salas de aula, mas Manuela não se lembra de pressões sobre o que era ensinado

(mais um pequeno salto)


Ao contrário  do que acontecia em Lisboa, as turmas  eram mistas,. Mas em Luanda, tal como cá,, o uniforme era obrigatório em todos os graus de ensino.  Ainda hoje defende essa prática:  " O uniforme, a bata branca, permitia que ninguém se distinguisse pelas roupas", diz. As clivagens sociais eram  reveladas por pormenores como quem chegava à escola de carro e quem vinha a pé, mas dentro da turma " a diferença era  conseguida pelos resultados que cada um tinha na escola".

(de novo, alguns ressaltos do texto)

» Quer como aluna quer enquanto professora,  Manuela sempre teve turmas multirraciais, mas as desigualdades existiam: " Os negros tinham menos acesso ao ensino. E também era visível no tipo de habitações:  nós vivíamos em vivendas e, na maioria, eles vinham de cubatas com chão de terra batida" Era este o caso de muitos  dos seus alunos,  noutra escola em que ensinou, já casada. no Bairro  Popular nº 2.  Foi ali que assistiu à entrada da UNITA  em  Luanda. " Não estávamos lá, mas a escola foi bombardeada, bem como as casas dos alunos

(encurtando o texto final)

Saiu de Angola deixando a porta de casa encostada e a chave do carro na ignição, "para não terem de estragar nada".

E, este "conto" relatado (parcialmente) vem  relembrar o que efectivamente se passou com muito boa gente que fez toda a sua vida em Angola e que, pelas razões, que todos  já  conhecem, se viu na contingência de  ter que abandonar tudo quanto o seu trabalho produzira, ao longo de anos., em ANGOLA... e acabou  por  ficar, depois, sem nada !...

Mas a vida , por vezes, surpreende-nos com factos curiosos, que moldam a nossa existência...

... a todo o momento, só se houve falar em crise... mais crise... e só crise, .a  repercutir-se até  longínquas paragens deste tumultuoso  hemisfério...

... pelo que acontece... às vezes ...

... para que não venha a faltar "o pão de cada dia", já  há Doutores e Pessoas Diplomadas a aceitar empregos, nem que seja para apanhar fruta da época em Zonas Agrícolas, deste lindo PORTUGAL !.

Tá?!

2 comentários:

  1. Encheu-me o coração de memórias.
    Bem haja, por existir.

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  2. Olá senhor Baptista, que bom ajudar-nos a recordar a NOSSA TERRA.
    Um grande beijinho.
    Orquidea Abreu.
    Temos que estar juntos este Verão, tem tantas histórias para me contar....

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