terça-feira, 24 de junho de 2014

Recordando ... "A Lenda da Moura Floripes"......


A estátua da Moura Floripes,  em Olhão.
Veio  parar às minhas mãos, que apesar de calejados pelo esforço e trabalho honesto  produzido já a caminho dos noventa anos, ainda manejam, razoavelmente, as teclas que emitem para o computador, ideias e factos vindos  à minha memória, um documento que uma das minhas  netinhas me endereçou, e que aborda um interessante assunto,  extraído da Internet, que se relaciona com a inauguração oficial de cinco largos, no Dia da Cidade de Olhão. O titulo entusiasmou-me a vir redigir o presente blog, pois tratando-se de Figuras lendárias que aparecem em Praças de Olhão, como a estátua de Floripes, cuja lenda já foi por mim publicada num blog, numa segunda-feira em 4 de Novembro de 2013, que mereceu efusiva aceitação por parte dos muitos Leitores que se me dirigiram,  por e-mail, na altura. A estátua inaugurada, de Floripes, ficou localizada na Praça Patrão Joaquim Lopes (frente aos Mercados Municipais), em Olhão, cuja peça de arte, causou uma grande sensação.

Resumindo um pouco, e consultando fontes que deram origem ao imaginário dos olhanenses sobre  esta  histórica lenda, Floripes podia ser vista, ocasionalmente,  nas açoteias das casas de Olhão. A bela e linda jovem, tentava os homens, desafiando-os a atravessar a ria, ou o oceano, caudalosos, com uma candeia acesa  entre as mãos. O que conseguisse, seria dono do seu coração e do reino do seu desaparecido pai. Os que falhassem, afogavam-se.

Floripes dizia ser uma moura encantada e quando a sua raça foi expulsa o seu pai viu-se obrigado a partir, sem a poder prevenir. Dizia que tinha um namorado que também fugiu e que a partir daí ficou sozinha.. Esperou a cada momento que o pai a viesse buscar. Diz que numa noite em que esperava,  viu  ao longe uma luz de uma embarcação.O barco escangalhou-se porque a noite era de tormenta e foi de encontro aos rochedos. A vítima não era o seu pai que ali vinha, mas o seu namorado que foi sugado pelas ondas. Floripes disse que o seu pai teve conhecimento deste funesto acontecimento e vendo que não lhe era possível vir buscá-la, encantou-a de lá.

A um  tal Julião, às doze badaladas, surge uma mulher vestida de branco, que aproximando-se com a face envolta num véu e uma flor nos cabelos loiros, e perguntando quem era e donde vinha, Floripes respondeu, numa expressão triste ."Sou a desditosa Floripes" contando toda a história da sua vida.

Julião (assim se chamava o novo amante, mas noivo de outra mulher), penalizado com a triste história ofereceu os seus préstimos para salvar a moura encantada., Esta, respondera que para ser salva pelo novo  Libertador, havia uma dificuldade. O homem que a abraçasse e a ferisse teria que a acompanhar até África e atravessar o revoltoso mar com duas velas acesas e casar com ela à chegada.. E Julião quase que se ia esquecendo que já tinha casamento marcado com a Aninhas...


A partir de então, seguiu-se uma longa  história que, segundo a lenda (custa-me ultrapassar a ideologia que dizem ter sido verdadeira). Como as chamas das velas não resistiram ao cáustico castigo de se manterem acesas, durante a travessia náutica, Floripes acabou por morder e engolir e comeu o coração do pseudo salvador Julião.

Esta é a versão que me tem sido contada. Algo que tenha sido contado de forma diferente a outros, as minhas desculpas... pois tudo se passara enquanto residente  num continente distante!
Tá?!...

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