segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Diferentes panoramas...


Agosto,  o mês de verão por excelência,  está a terminar. Assim,  acedendo aos insistentes convites da Família,  decidi aproveitar o último fim de semana do mês para ir até à praia. Em boa hora o fiz,  pois foi  um fim de semana estupendo,  de saudável convívio familiar,  apaziguador de mágoas. O tempo estava magnifico,  uma leve brisa suavizava o calor do sol,  o qual não era  suficiente para aquecer a gélida água. Tentei,  a sério que tentei,  dar um mergulho no límpido oceano Atlântico,  mas assim que pus os pés na água,  voltei atrás nas minhas intenções dada a temperatura baixa da água.

No que ao Algarve diz respeito,  é este o final,  ou  quase,  do tempo das vacas gordas. O final de Agosto marca a debandada de muitos turistas de regresso a casa. E é pena,  pois o clima ameno e a natureza gentil das terras algarvias convida ao passeio e ao descanso noutras épocas do ano,  para além do verão. Basta que para isso surjam ideias que  cativem os turistas a regressar fora de época. Mesmo no pico do inverno,  temperaturas  de quinze graus  não são invulgares. Isto para um reformado  sueco,  alemão ou de um outro qualquer país do norte da Europa é um autêntico verão. Agora,  há que criar as condições que motivem esse regresso.

O final do verão marca também o início de uma época em que as pessoas se sentem tendencialmente mais tristes.  Os dias são mais curtos,  mais frios,  mais escuros e mais chuvosos.  De certa forma as pessoas parecem antecipar estas mudanças,  visíveis no seu  semblante e no seu estado de espírito. Nos últimos dias temos assistido via televisão e jornais a uma verdadeira epidemia de tiroteios com,  infelizmente,  vítimas mortais. Será fruto da depressão sazonal,  estarão as pessoas a sentirem-se confusas com a mudança de estação? E de onde vem tanta arma ? E quais as verdadeiras motivações para tão bárbaras atitudes ? Um dos casos,  amplamente noticiado,  envolveu um idoso de setenta e sete anos,  o qual, ao que dizem farto do barulho do cão do vizinho,  decidiu pôr fim à situação matando este vizinho, o seu filho de vinte e poucos  anos que entretanto viera em socorro do pai e ainda um GNR que acorreu em auxílio das vítimas. Custa-me imaginar  como pode alguém encontrar justificação para esta matança,  quanto mais aceitar que tudo aconteceu por causa de um cão. Anda tudo louco ? Como se não bastasse,  hoje a televisão noticiou mais um tiroteio num café próximo de Leiria, também com mortes. Mais valia ter ficado na praia. Pelo menos estaria em boa companhia e não tinha que aguentar os aberrantes programas da manhã,  com as meninas a dançar e a fingir que cantam, com as mamocas quase à mostra para distrair o pessoal, nem enfrentar notícias tão tristemente absurdas...


E assim vai o Mundo. Mais uma voltinha,  mais  uma viagem. Um dia a mais que ontem, para outros,  infelizmente,  nem por isso. Todos os dias, quando acordo, recordo uma série que passou na televisão portuguesa nos anos oitenta,  sobre uma esquadra de polícias,  em que no final da reunião matinal o oficial de serviço terminava a sua comunicação dizendo "Tenham cuidado lá fora...". É assim que me sinto. Nunca se sabe o que pode acontecer.

Tá?!...

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