terça-feira, 5 de julho de 2016

Contrastes do outro mundo...

Tem passado na televisão  uma série de informes noticiosos dando conta da chegada de uma sonda espacial,  obviamente não tripulada,  ao planeta Júpiter.  Esta máquina,  uma verdadeira maravilha  tecnológica,  reforçada  e blindada  para conseguir suportar o inferno que os cientistas afirmam ser  o maior planeta do sistema solar,  irá recolher informações,  as quais permitirão aos  estudiosos  ficarem a conhecer um pouco melhor o gigante gasoso,  assim como compreenderem e desvendarem os segredos  da origem do sistema solar  e,  por consequência,  da  Terra e do próprio ser  humano.  Com o nome de Juno,  que na mitologia romana era a esposa de Júpiter,  o Deus dos Deuses,  o aparelho inicia assim uma missão que se espera durar cinco anos,  durante os quais se aguardam fantásticas descobertas.


Vivemos,  de facto,  numa época maravilhosa,  em que o  Homem começa a dar os  primeiros passos em direcção às estrelas,  em que o mundo começa a ser demasiado pequeno.  Quando,  há apenas dez anos,  pensávamos em videochamadas para o outro lado do mundo,  em telemóveis inteligentes,  em electrodomésticos  que funcionam comunicando entre si, imaginávamos tudo isso como ficção científica. Hoje, isso é tudo uma realidade que, de tão banal, já nem damos verdadeiramente por ela.

Seria de  esperar que o desenvolvimento humano e social acompanhasse o desenvolvimento científico e tecnológico,  mas tal não acontece.  Assim como há cinquenta anos ou mais,  continuam as guerras, a inveja e a ganância são cada vez maiores e a morte e a destruição parecem não ter fim à vista. Crianças morrem de fome,  mesmo em países ditos desenvolvidos. Ainda hoje li notícias da fome na Venezuela,  país demasiado dependente da venda do petróleo e, por isso,  muito afectado pela diminuição do preço deste produto. Em África a miséria é praticamente a mesma de há trinta ou quarenta anos. Em Angola, por exemplo,  um país com recursos riquíssimos,  é onde morrem mais crianças,  em todo o mundo,  durante os primeiros cinco anos de vida.


Respeito e compreendo o interesse de visitar outros planetas. No entanto,  não faria sentido concentrar os esforços de  todas estas brilhantes mentes que nos levam até outros mundos com vista à  erradicação da doença,  da fome e da guerra,  para só depois, em Paz e verdadeiramente unidos, partirmos então à descoberta do Universo? Se calhar tudo isto não faz muito sentido,  mas são estas as palavras  que se podem esperar de um Velho do Restelo Grisalho...

Tá?!...

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