domingo, 17 de junho de 2012

...memória esfarrapada ...

A propósito da prospecção  de ouro que uma empresa canadiana descobriu, no Alentejo, e promete avançar com os trabalhos na esperança de que dentro de dois anos existam razões para júbilo (conforme noticiado no jornal "Correio da  Manhã" de 16.06.12), assume-me à memória, um episódio ocorrido há já muitos anos, teria eu  vinte e poucos anos (e agora, a caminho dos noventa...), este digno Senhor, Teixeira da Silva, fazia parte da equipe de prospecção de petróleo (desta vez não era do ouro) e, num momento de grande euforia, na primeira descoberta do precioso liquido, na Ponta do Padrão (salvo erro), que ficava a caminho  da Foz do rio Cuanza, Angola, conduziu-me ao local onde se festejava tal "milagre" e.. pensando eu que iria encontrar um festival  rodeado de luzes coloridas e de um embandeiramento, colossal, e enriquecido com bandas musicais, etc. etc., oh que surpresa... apenas uma monstruosa  máquina a jorrar um liquido enegrecido e com um  ligeiro  cheiro "nauseabundo" !  Era só camions, camions-cisterna, e nada mais !

Pois este Senhor, Teixeira da Silva, foi, em criança,  amigo dos meus queridos Avós, que, viviam em África, Angola., e na  minha juventude, tornou-se um  saudoso companheiro, apesar da diferença de idade.

Já está ultrapassado o século XX e, agora no século XXI, certamente, já estará no Reino de Deus.

Era um bom profissional, respeitado pela classe, mas... um grande "forreta"...

Como teve de se ausentar por longa temporada, lembrou-se de  me encarregar pela segurança das suas notas bancárias, que eram muitas e de elevado valor, com as quais dormia diariamente sob o seu travesseiro.

Por uma questão de segurança, e salvaguarda, neste período da sua ausência, recorri a um depósito bancário, de todas as suas notas "conservadoras".

No regresso, foi-lhe restituído todo o montante depositado, pelo que o Caixa-Bancário passou-lhe para as mãos todo o dinheiro, sem a mínima alteração, pelo que ficou muito reconhecido e extremamente satisfeito.

Só que, o que o surpreendeu, foi que as cédulas bancárias não eram as mesmas com que dormia no seu travesseiro !....Pensava ele que lhes seriam  restituídas exactamente  as mesmas com as quais tinha sido aberta a conta bancária...

Tá?!...

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