terça-feira, 22 de maio de 2012

...Ponte aérea...de reconciliaçao, parte 2...

Miradouro de Lua - Angola (Luanda)







Intitulei o blogue anterior,  Ponte aérea para a reconciliação, atendendo a dados históricos que,  em Angola, num  período muito conturbado ,dada a aproximação da  data da sua  independência,  e que, permanecem,  em nossas  mentes,   por reflectirem  momentos de muita aflição, e dolorosos, que fragilizaram   milhares dos, então, chamados "Retornados".,  expulsos, quase à ultima hora, do território angolano, e, para a sua  sobrevivência, o mundo disponibilizou-lhes aviões que constituíram a famosa PONTE AÉREA  !
(Eis, à esquerda, o meu irmão, na Praia das Quitetas, no  miradouro  da Lua - Angola - Graças a Deus, de Boa Saúde..).

Foram momentos muito críticos e de aflição, vividos por uma população que, com o seu frutuoso trabalho,   de anos, tinham contribuído  na Grandeza  em que  Angola se  tornara, aos olhos do Mundo.Por isso, a Ponte Aérea, foi o ultimo recurso, que possibilitou a evasão, de inocentes, imposto pelas aterradoras circunstâncias, que uma guerra inflama... Mas, perifericamente, outras circunstâncias, se desenvolveram, na altura, em que não foi necessário o recurso, urgente à ponte aérea, para outras finalidades, como o que se vai  relatar, de seguida.
Para  urgente intervenção clínica,  dada a falta de médicos em Luanda, na altura, fui obrigado a deslocar-me a Lisboa,  por via aérea,  e, ao despedir-me de um irmão, aconselhei-o, dada o seu isolamento de outro familiar, (ia ficar só, em Luanda) e a carências  de meios alimentares, seguir o mesmo caminho que eu acabava de tomar ( por razões de saúde), e, a resposta que obtive, foi esta:

"Sinto-me  bem e,... não há mal que me chegue..."
Respondi-lhe - "olha que pela boca morre o peixe.."

Deus não dorme, e, por fatalidade, dias depois da minha partida de Luanda, cidade a que eu regressaria, logo que as coisas melhorassem, meu irmão foi vitima de um acidente, e, como recurso, dada a falta de médicos nos hospitais, teve que, de emergência, ser assistido em Lisboa, após ter apanhado um avião, que partira do aeroporto de Luanda..

Em Portugal, onde foi bem tratado, melhorou, mas, por qualquer circunstância, talvez derivada pela avançada idade, teve uma recaída, que o obrigou a uma intervenção cirúrgica, que, de novo lhe restituiu a saúde.

O longo período de permanência, que se seguiu,  em Portugal, restitui-lhe a vontade de regressar a Angola. e desta vez fez a viagem, comodamente instalado, no avião, porque não foi preciso a ponte aérea, por desnecessária, dado o clima de Paz que se seguiu posteriormente.

Portanto, a Paz veio através da reconciliação entre a ponte Antiga e a Nova...!!!.


Tá?!...

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