A Velha Guarda...

Tenho dias em que baralho tudo.  Será da idade,  próprio de quase noventa anos de vida,  árdua,  honesta,  íntegra. Outros dias sinto-me ignorado,  colocado numa prateleira onde ninguém consegue ou quer chegar. Noutras ocasiões sinto-me bafejado pela sorte,  um felizardo.

Quando posso sair à rua,  não é sempre porque o calor não permite grandes aventuras, entristece-me a visão de homens e senhoras sentados a  olhar para o vazio,  à espera de nada. Podiam ao menos ter  um livro para ler,   um papel e uma caneta para escrever ou ainda um pouco  de música para ouvir. Mas não,  nada disso. Sentados,  apáticos,  a ver passar os comboios  que nunca chegam. Disso sou incapaz. Pego nos meus dedos e escrevo estes blogues,  noutras ocasiões folheio as páginas de um livro ou jornal. Aí sou um felizardo...

Sou também feliz pois tenho dois filhos e quatro netas,  todos bem e de saúde,  Graças a Deus. Só isso é uma riqueza de que muitos não se podem gabar.

Por último,  tenho a minha consciência tranquila,  limpa de "pesos" que pudessem caregar ainda mais os meus ombros cansados. Sei que tudo fiz,  e faço,  para viver de forma honesta,  respeitando os outros,  procurando ajudar quem precisa e quem posso efectivamente ajudar...

Por isso não interessa se baralho  ou confundo as coisas. Muitos há que,  mais novos,  confundem muito mais. Assim,  vou viver cada dia  sabendo que já não tenho vinte anos mas que há muito ainda por fazer. Que Deus me dê forças !

Tá?!...