quarta-feira, 12 de novembro de 2014

"Memórias de mim * histórias de nós"- (Antero Simões).

12 de Novembro de 2010 - (seriam dez e trinta da manhã) -  Pego no meu  telemóvel... " é do 112 ?. Resposta: ..." é, sim !,  de onde fala e o que deseja ? Minha  resposta, soluçando... " minha Mulher acaba de morrer  aqui em minha casa  sentada a meu lado..."

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Passou-se isto,  faz hoje precisamente  quatro anos.  Minha saudosa Mulher, após  ter ingerido o pequeno almoço, acompanhado  por alguns medicamentos receitados  pelo Médico,  transportada pela Senhora Dona Cesaltina, que lhe prestava assistência doméstica, devido ao estado de doença que a causticava,  sentou-a  na cadeira acostável, e a meu lado, tambem onde me encontrava sentado, em cadeira vulgar, a poucos centimetros de distância.  Vigiando-a, e a poucos minutos de minha Mulher me ter dirigido um doce olhar, estranhei  a sua  forma de respiração e, de imediato  chamei a Dona Cesaltina a quem  disse estranhar tal coisa.  E...  esta Senhora, então, encostou o seu ouvido ao peito da minha Mulher e proferiu esta exclamação dolorosa .... DONA  TERESA  MORREU !


Cadeirinha da  Vovó...



E foi assim, que , de seguida, pedi socorro ao 112, dando conta da situação, e passados  breves minutos uma Equipe de Enfermeiras e Médico, surgiram  na minha  residencia, confirmando, oficialmente, que minha Mulher tinha acabado de falecer.

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A nossa nova  residência, em Olhão, foi proveniente da saida de Angola, "exilados", devido  à "exemplar descolonização",  terra onde nasci ,vai para   90 anos,  e  foi em Luanda que celebrei um  feliz casamento com a santa Mulher (Alvarina  Teresa) que acabava de ir para  divinas mãos  de Deus, e que  foi ceifado ao fim de 60 ( sessenta  anos) de um bom e amoroso convívio,  que delegou ao Mundo dois  Filhos e quatrro encntadoras Netinhas ...

A esta Santa Esposa, dedico as seguintes Rimas de Luis de Camões:
                                           "Alma minha gentil, que te partiste
                                            Tão cedo desta vida, descontente,
                                            Repousa lá no Céu eternamente
                                           E  viva eu cá na trerra sempre triste

                                           Se lá no assento etéreo, onde subiste,
                                           Memórias desta vida se consente
                                           Não te esqueças daquele amor ardente
                                           Que já nos olhos meus tão puro viste.

                                           E se vires que pode merecer-te
                                           Alguma cousa a dor que me ficou
                                          Da mágoa, sem remédio, de perder-te ,

                                          Roga a Deus, que teus anos encurtou,
                                         Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
                                         Quão cedo de meus olhos te levou.

Com um Adeus do teu " Fosinho" querido,

Alvarina Teresa.


Tá?!...







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