quarta-feira, 19 de novembro de 2014

Rádio Saudade...

Rádio Saudade está "no Ar"...



Tempo a mais, fruto da idade e de uma reforma antecipada mas hoje consequência dos anos que passaram, uma imaginação limitada por debilidades físicas próprias dos quase oitenta e sete anos, levam-me, por vezes, a procurar o que fazer. Tal,  tendo em conta  o arquivo equiparável à Torre do Tombo, nem se afigura muito difícil.

De entre as bobines de filmes, cuja película vai cedendo aos tormentos do tempo que passa,  passando pelas cassetes VHS ou Beta,  pelos DVD's e CD's, livros, jornais e revistas,  acabando nas cassetes audio, reproduziveis num velho Walkman da marca Casio (passe a publicidade),  muitas são as fontes de informação por onde escolher. De facto, a dificuldade reside em decidir o que utilizar,  uma vez que material não falta.

Desta vez  as "vítimas" foram as cassetes de  áudio. Para tal concebi um aparato próprio de  uma estação de rádio ou televisão, cheio de cabos e fios, com o objectivo final de ouvir sons de outros  tempos, cristalizados em fita magnética, a qual,  também ela, ameaça sucumbir ao tic tac do relógio.

Vista aérea da montagem...
Montado o estaminé, lá pude desfrutar dos sons que saíam das pequenas colunas ligadas a um amplificador, o qual, por sua vez, conectava com o leitor portátil de cassetes. Pude assim voltar a ouvir sons de outros  tempos, como sejam emissões radiofónicas históricas, sons e vozes familiares, que, fechando os olhos,  me permitem "ver", numa viagem sonora pela linha do tempo. Por entre as vozes de filhos e netas,  uma se destaca e que guardo com especial carinho: a voz da minha saudosa Esposa Alvarina, fazendo aquilo que sempre fez, defendendo os outros através de palavras carregadas de sentimentos e amor pelo próximo.

Um dia voltaremos  a encontrar-nos e  sei  que me receberás,  como sempre,  com as tuas doces palavras. Um beijo de saudade imensa...

Tá?!...

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