domingo, 20 de janeiro de 2013

...Ainda a "exemplar descolonização"...


Na noite de 19 de Janeiro de 2013, às 21 horas, a RTP 1, emitiu um programa acerca  das vicissitudes a que os "Retornados" estiveram submetidos, aquando da sua "expulsão" da antiga Colónia de Angola, cujos cenários fizeram-me reviver um período efervescente na vida de milhares de inocentes que, atrás de si tinham contribuído com o seu suor e laboração no cultivo laboral e feliz convívio o que nunca fora desmoronado, enquanto  o período que antecedera a dita descolonização "exemplar"....

Sem recalcamento, mas apoiado numa inspiração emergente dos cenários televisionados, no programa em questão, à minha memória vieram reminiscências  de uma luta, sem tréguas, pela criação e renascimento de muitas riquezas que ali foram  emergindo do produto de trabalho das nossas mãos e capacidades das mentes construtivas.

Por exemplo, terem-me intitulado, numa Instituição Bancária de Retornado Bancário, quando em toda a  minha vida, antes do 25 de Abril  nunca estivera   colocado em nenhum balcão da actividade bancária em Portugal Continental, mas, cumprindo, isso sim, com zelo e dignidade  funções de chefia num Banco em que fui protagonista na sua criação e fundação, na terra onde nasci, ANGOLA  !...

Todavia, por despacho ministerial. - do Ministro das Finanças , em Portugal - na altura, acabei por ser admitido num quadro de pessoal, num Banco, após ter sido, posteriormente, residente, em Lisboa.

 Enfim, o passado já lá  vai, e tenho que me contentar, aos 85 anos de idade, com uma pensão de reforma,  que me foi atribuída, equivalente à remuneração de um aprendiz da Banca - a mínima no sector ! E já me dou por muito feliz, face às agruras doentias que a vida nos tem pregado...

Banco de Angola e Banco Totta-Standard de Angola.
O programa, que desde já felicito a RTP1 pela sua emissão, termina com um final reconciliador, em que os personagens em destaque pronunciam que, a despeito de toda a desgraça acontecida, na sua honrada vida,  num abraço romântico, o seguinte: "Continuamos a ser uma família e isso ninguém nos pode tirar"...

Tá?!

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