segunda-feira, 14 de janeiro de 2013

O desmoronar da joia da vida...

Todos os seres vivos estão sujeitos a um ciclo que compreende o nascimento, a vida, em que se relacionam com o mundo que os rodeia,  eventualmente reproduzindo-se e aqui deixando descendência.  Finalmente advém a morte.

Este ciclo pode ser mais ou menos longo e mais ou menos complexo, no que se refere às relações com os seus congéneres e com  o ambiente, natural e social, à sua volta.

Uns têm uma existência efémera.O mosquito vive apenas cerca de vinte e quatro horas. Uma existência para nós, seres humanos, breve mas na perspectiva do mosquito, intensa. Nasce de manhã,  casa à tarde e começa a morrer lá para a noitinha. Nem tem tempo para dormir.

Uma bactéria,  desprovida de sistema nervoso, dir-se-á que nada sente. Limita-se a uma auto-reprodução,  tão rápida quanto possível e as condições do meio o permita. Uma vida simples, mas que pode ter grandes implicações,  quando, por exemplo, decide tomar como hospedeiro o corpo de outro ser vivo,  aí exercendo, quiçá com gravidade, o seu efeito patogénico. E assim, vive a insignificante bactéria.

Outros têm vidas mais longas. Uma tartaruga gigante vive mais de cem anos, um elefante anda por aí perto. Uma árvore como a sequóia pode viver MILHARES de anos, durante os quais cresce sem parar. Mais uma vida simples ? Não diria, pois é graças ao oxigénio que liberta na atmosfera,  via fotossíntese, que nós respiramos e vivemos.

Pois, no caso do ser humano, uma vida com uma duração média de oitenta anos,  muita coisa pode acontecer. Nascemos, vivemos com os progenitores até por volta dos vinte anos (hoje, via crise e austeridades, os pais "amamentam" os rebentos desempregados e desalojados frequentemente ad eternum), arranjamos o nosso cantinho,  que preenchemos e arrumamos a nosso gosto,  para nosso conforto, casamos, temos filhos, netos e finalmente, morremos. É essa a ordem natural das coisas, contra a qual nem toda a ciência ou religião podem ir.

Dizem que a vida é curta. Sê-lo-á.  Mas se observarmos atentamente,  à laia de retrospectiva,  veremos que é muito aquilo que já fizemos,  já vimos e desfrutámos.  Sabe sempre a pouco,  é verdade, mas sempre é melhor que o desgraçado do mosquito...

O que nos deixa apreensivos é o que vem depois. Não necessariamente a morte em si, mas o esquecimento por parte daqueles com quem privámos neste mundo. Será que vamos ser lembrados ? O que vai ser das nossas "riquezas", que juntámos e estimámos ao longo da nossa existência ? Terão valor, para os outros que cá ficam, igual àquele que nós lhes atribuímos ? No fundo, qual o sentido de tudo isto ? A recompensa de uma vida eterna para quem souber explicar...


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