quarta-feira, 13 de novembro de 2013

In Memmorium...A saudade não tem cheiro nem cor...



Meia noite.11 de Novembro de 2013 - Acabam de soar 12 badaladas no relógio de parede; sinal que acabamos de entrar no dia 12 de Novembro de 2013.  .
            
 12 de Novembro de 2010

Data muito triste para mim. Sentada a meu lado, minha saudosa Mulher, Alvarina Teresa, pressentido que seria a derradeira oportunidade de me dizer Adeus, pelas 12 horas, fixou-me, sorrindo, fechou os seus lindos olhos e... naquele preciso momento ... morreu !.

Não me sorriu como no acto em que no altar da Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Luanda (Angola), a 12 de Dezembro de 1953, o Pároco nos enfiava as alianças de casamento, e em que jurámos amor e fraternidade, até que a a morte nos separasse....

E, a morte, realmente, separou-nos, mesmo ! Repentinamente, naquele momento, no início daquela   manhã, em que, sentados, um ao lado do outro, íamos sentido o doce amor que sempre nutrimos ao longo  da nossa matrimonial e doce união !.

... São neste preciso momento »  12 horas... 
12 de Novembro de 2013



... etéreo romance...



De Lisboa, viajando no paquete "Quanza", desembarcou no cais de Luanda, uma linda flor, que descendo o portaló do grande paquete, era aguarda pelos Natal (assim eram chamados), seus primos,   que a incentivaram  a aplicar  os  seus  recentes conhecimentos  e aptidões laborais, numa terra que bem precisava de Pessoas qualificadas para  trabalhar em prol de um desenvolvimento económico  que progredia, dia-a-dia, para beneficio de uma população carente de progresso. Essa encantadora Menina, chamava-se Alvarina Teresa, mais tarde, "Dona Teresa"... minha dedicada Esposa.

Mas, entretanto, o sol foi raiando, desfolhando os meses de calendário, e foi com extrema rapidez, que, a "Menina Teresa", foi  convocada para aceitar um cargo administrativo numa grande Empresa, que a admitiu, por acaso a mesma Sociedade em que também eu trabalhava como auxiliar de Despachante Alfandegário e  escriturário. Coincidência do destino ou estaria escrito no Grande Livro Divino que assim seria? Nunca saberemos, mas assim foi...

O nosso contacto inicial, a partir daí, não passava do habitual cumprimento... "Bom dia" ou "Boa  Tarde", como tem passado?  "Bem, obrigado/a"...

Até que, numa manhã, encontrando-nos frontalmente, tivemos o seguinte diálogo:

"O Colega Armando, sabe dançar ?"

Resposta: "Não"!

"Quer vir comigo, logo à noite, a uma "soiré", eu ensino-o a dançar ???..."

Resposta minha: "Com todo o gosto e prazer "...

E foi assim que aprendia a dançar a valsa, o "swing", o "cai-cai" e outras habilidades bailarinas...

E, no Escritório, certo dia, a "Menina", fez-me lembrar que me tinha feito uma pergunta, à qual não dera resposta, dada a surpresa que me causara no momento. E a pergunta foi:
"Quer casar comigo ?"

Uma mulher decidida, portanto...

Veja a resposta nas fotos seguintes:
Dia de casamento  - Os Noivos, Padrinhos e Família - Luanda (Angola)


Percorrido o período que a própria Natureza determina, nasceram os dois filhos, como a foto seguinte indica:

Paulinha e Lito - Corrida de  automóveis de luxo - Luanda


A nossa vivência matrimonial, sempre foi doce como o mel. Divertíamo-nos, passeávamos pelo mundo fora, Moçambique, Rodésia, África  do Sul, Brasil ( Rio de Janeiro/S. Paulo), Estados Unidos da Améerica, (Nova York), Europa (Inglaterra, França, Espanha) e..., como não podia deixar de ser, por todo o lindo Portugal. Evidentemente, sempre com a feliz companhia dos Filhos, Ana Paula (Paulinha) e o Álvaro Manuel (Lito)..



Casadinhos  de fresco - Igreja de Nossa Senhora de Fátima - Luanda- Dezembro 1953.
Menina e moça...

Visita a um navio de guerra francês - Luanda.
Almoço - Directores do Banco Totta  Standard de Angola - Luanda



Dançando a valsa - convidados de honra marinha francesa-Luanda




Em guarda... Inglaterra...


... e este, o derradeiro e doce beijinho que trocámos aquando do aniversário, 83 anos, festejado em Cacela Velha (Algarve), durante um almoço em que estiveram presente Filhos, Netas e demais família...



O beijinho que se tornou " eterno" - dia de aniversário...

E, Deus, em berço Divino, levou-a para junto de Si,  repousando eternamente num cantinho celestial.


O ADEUS ...


Saudade não tem forma nem cor; não tem cheiro nem sabor.
Fala-se nela, mas não se vê; só pensa nela quem acredita.
Ela é parte da ausência; ela é parte do amor; ela tem realidade, mas quem a tem sente dor, uma dor miudinha, que cresce no coração, e que nunca vem sozinha…
Acompanha a solidão; quem a sente nunca esquece, nem nunca esquecerá, o sentimento que não adormece, por alguém que não está!


Tá?!...

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