segunda-feira, 4 de novembro de 2013

O Ressabiado...

Vivemos uma época de grandes contrastes. Cada vez menos pessoas ganham cada vez mais. Simples chutadores de bola ganham salários e prémios de milhões. Gestores que pouco geram,  cuja eficiência questionável é paga,  paradoxalmente,  a peso de ouro,  movimentam-se como serpentes num deserto de ideias mas que,  a eles, traz demasiados benefícios.  Ouvi hoje que o  BCP,  que dizem ser o maior Banco privado português, apresentou,  pelo oitavo trimestre consecutivo,  prejuízos. De quem é a culpa ? Com certeza dos Funcionários, pagos miseravelmente, que nas Agências, não vendem banha da cobra financeira suficiente. Os Gestores, esses continuam principescamente pagos, arquitectando novos despedimentos dos seus subalternos.

Dizem alguns entendidos que o actual clima político, social e necessariamente económico propicia uma ditadura. Disso nada entendo. Por vezes dou por mim a pensar que democracia é esta que impõe a miséria,  a penalização aos mais fracos e a solução que nada resolve mas que é a mais fácil. Depois,  com cara de sonsos, vêm  com papelada a que chamam "guião" para fingir que fazem.

O Povo, esse, sofre em silêncio. Por vezes esse silêncio é quebrado por palavras sem sentido, fruto certamente de uma existência de futuro duvidoso. Gestos de intolerância multiplicam-se numa perigosa avalanche de irracional rancor. Num dos meus passeios recreativos e de higiene canina dei de caras com um exemplo dessa irracionalidade, que as imagens seguintes documentam, retratando  inscrições patentes em espaço público.













Qual o significado disto ? Trata-se de uma mera brincadeira de crianças, inconscientes do peso  e significado destas inscrições ou o trabalho de adultos ignorantes,  olvidados do que a história nos ensinou há não  muito tempo ?

A vida prossegue, apesar de tudo, pois o tempo é insensível à condição humana, seja ela qual for.

Pequenos gestos, homens e mulheres ignorados por quem passa, vão dando sentido aos nossos dias. Contribuindo para o embelezamento do espaço em que vivemos, não são verdadeiramente reconhecidos pelo seu valor de cálculo difícil. Esses, a quem  poucos dão importância, são heróis invisíveis que apagam as cicatrizes que o tempo e a incúria das pessoas vão deixando. Em contraponto à barbaridade acima retratada,  deixo um elogio aos homens e mulheres que trabalham todos os dias para que a minha cidade seja mais bonita. Só sugiro que,  depois de reparada a calçada, tratem de pôr fora de combate o monstro da intolerância que polui o nosso Mundo...


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