sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

Tempos de antena... ouvem-se tambores ao longe...

Por um feliz acaso, estando sentado junto à escrivaninha, onde tenho vindo a passar o tempo,  matraqueando teclas do computador, onde registo peripécias e recordações e excertos de uma vida deste vosso Amigo,  numa caminhada  prestes a atingir  barreira dos noventa anos, pois só faltam 3 anos para lá chegar... se lá  chegar !... O que é certo é , que, a doença benéfica da Internet tem sido, no fundo, uma plataforma para afugentar a solidão e isolamento, consequente de uma recente viuvez, após um feliz matrimónio, que durara sessenta anos (Sessenta anos não são sessenta dias !).

Em dois anos, estão escriturados  "programas", no sector dos blogs, correspondendo já a um "livro" com mais de duas mil páginas  escritas... Quase uma bíblia...

Inspirado num programa que a SIC emitiu no final da tarde, sugeriu-me o seguinte adicional:

Notou -se que as entrevistadas residiam todas em Lisboa e nenhuma  que tivesse sido residente no  Minho ou no Algarve, como se Portugal fosse limitado só a Lisboa...
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De uma maneira geral, pareciam ser Pessoas  bastante idosas, e todas Elas reflectiam um  comportamento comum:

"Não me entrego à solidão".

Daí se depreende ,  que apesar do peso da idade, todas  Elas se sentiam motivadas para não sussubrarem ás duras avalanches que o resto da vida lhes poderia trazer, pelo que se sentiam ainda motivadas para dar duro combate às maleitas que ainda estariam por surgir, como a solidão e o isolamento.

E, assim, por meios que "só a elas  pertenceria divulgar" calçando  as luvas de lutador, a solidão  seria assim muito menos causticante.



É vulgar dizer-se que "a ferida só dói a quem a tem "...

Assim, e seja como for,  uma coisa é certa: por muito que se diga, estes versos reflectem uma   dura realidade que  nunca foi, ou será, esquecida:
"Saudade não tem forma nem cor; não tem cheiro nem sabor,
Fala-se nela, mas não se vê; só pensa quem acredita.
Ela é parte da ausência; é parte do amor.
Mas quem a tem sente dor, uma dor que cresce no coração.
E que nunca vem sozinha...
Acompanha a solidão, quem a sente nunca esquece;
Nem nunca esquecerá o sentimento que não adormece,
Por Alguém que já não está !.

                      (Rita M.F. Silva)


A evidência dos factos, vem demonstrar, que a regra não é geral, isto é, que para uns a Saudade dilui-se  ao longo dos tempos, e que para Outros, a Saudade torna-se eterna, tal como as Pirâmides do Egipto...
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Pois a despeito da infelicidade me ter batido à porta, consequente do  juramento matrimonial assumido em Altar, na Igreja de Nossa Senhora de Fátima, em Luanda, em que só a morte nos separaria, a conselho por parte de Familiares e de Entidades ligadas à Medicina, também fui ajudado a "empurrar" a solidão e isolamento a que fui sujeito, recorrendo à  Internet para ocupar o vazio tormentoso provocado pelo  recente estado de viuvez. Igualmente, pelas mesma razões, certo dia, inscreveram-me numa Universidade Sénior, a fim de assistir e passar o tempo a conviver com  novas amizades. Todavia, em certa aula, com a intenção de  querer simplesmente demonstrar a valia do recurso à Internet, exibi um trabalho bloguista em que fiz uma comparação de actos patrióticos, em que dei o exemplo do General Silva Porto, que se imolara, cobrindo-se com a bandeira nacional, com um tiro no tambor cheio de pólvora  em que estava sentado, por ter sido traído como militar, ao invés de Alguém, também português, que  pisara e calcara no estrangeiro a bandeira do seu próprio país...

O professor levou a mal a  minha autorizada  intervenção e... resultado (mais ou menos o seguinte):

- Ó Aluno, ponha- se já lá fora, não o quero aqui, nas minhas aulas com questões politicas, pois não o quero ouvir quanto ao que se passou com... - e  mencionou  o nome de determinada Personalidade que eu próprio  nunca pronunciara, mase que todo o mundo sabe de quem se trata...

Resultado: Sentindo-me ofendido na minha liberdade e na minha dignidade, optei por deixar de frequentar a referida Universidade Sénior. Refira-se que foi apresentada reclamação junto das entidades promotoras de tal espaço, sem resposta. Desculpa: Nós só cedemos o espaço. Perguntei: E não se importam com o que lá acontece? Felizmente, no meu caso, a alternativa "bloguista" mostrou-se eficaz como âncora que me segura a este mundo e como veículo que me põe em contacto com muitos amigos, mas outros haverá que não se sentindo apoiados por alternativas viáveis, sucumbem à tristeza e solidão....


Tá?!...

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