segunda-feira, 25 de maio de 2015

Visões de um passado presente...

Noutros tempos havia um Senhor que foi encarregue de colocar em dia as contas de um País. Eram tempos difíceis, talvez mais difíceis  do que os actuais. O mundo enfrentava uma recessão em larga escala,  fruto do crash da bolsa  americana, a maior economia do mundo à época,  e que arrastou  consigo, para um   período depressivo as restantes economias mundiais.

Metendo mãos à obra,  implementando  medidas hoje apelidadas  de conservadora,  o Senhor foi levando a água ao seu moinho,  imune às críticas  e com mão de ferro. A coisa foi de tal forma que o País chegou a obter um excedente orçamental,  coisa hoje vista como impensável. Actualmente os Senhores que governam essa mesma Nação  dão-se por satisfeitos se conseguirem vender uma dívida cada vez maior  a juros cada vez menores.

O Tal Senhor da História pautou a sua vida por uma rigidez quase monástica. O rigor que  impunha aos seus concidadãos,  impunha também a si próprio,  na gestão da sua vida privada. Nunca foi pessoa de luxo e ostentação,  preferindo antes investir na propaganda da imagem de um País orgulhoso do seu passado e que procurava repetir no presente essa glória de outros tempos. Morreu sem riqueza acumulada e jaz em campa rasa como qualquer indigente.

Durante a vigência do seu governo viu-se obrigado  a atitudes de protecção do poder por via de uma polícia política que vigiava  o cidadão comum à procura de quem  tentava atacar o seu governo que  tanto prezava. Foi por isso chamado  de Ditador e inimigo da liberdade.

Veio a revolução,  chegou a Liberdade. Os ratos que se escondiam no esgoto do clientelismo e compadrio apressaram-se a tomar conta do barco. Desde então tem sido um vê se te avias,  com  um bando de saqueadores  em competição,  num "agora roubas tu,  agora roubo eu". Foi feita uma descolonização vergonhosa,  com  meia dúzia a ganharem muito e muitos a perderem quase tudo. Com frequência são publicadas notícias de estranhos enriquecimentos associados à vida política. O que devia ser uma missão,  passa a ser  uma forma de auto-promoção.

O País entra em crises sucessivas, o Povo parece desorientado,  com as Forças da Ordem a reprimirem violentamente e sem justificação simples cidadãos na companhia de crianças e idosos. Perdeu-se a noção do que é razoável.

Alguns tentam remar contra a maré mas o Povo,  parecendo afectado por alguma amnésia colectiva continua a dar primazia sempre aos mesmos,  esquecendo promessas jamais cumpridas. Até quando ?...

É isto a Liberdade ou será a libertinagem ? Apelidados de reaccionários e saudosistas,  alguns reclamam o regresso do tal Senhor que viveu a vida toda com as mesmas botas, antes que seja tarde demais.  Quando as pessoas parecem  querer abdicar da tal liberdade,  é porque algo de muito errado se passa...

Tá?!...

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