terça-feira, 3 de novembro de 2015

Até já parece o "Sermão da Montanha"...

Os meus estimados Leitores, que vão dando algum "apreço" aos meus "bloguismos", os quais vão surgindo na medida em que na  minha pobre mente, volta e meia  lá vão surgindo ideias conotadas com  um passado, por vezes atribulado, sobretudo com actos vividos em Angola (terra onde nasci), e, para não fugir à regra,   para que afugente a solidão e isolamento, igualmente "espraio-me" com a divulgação de notícias que jornalística e televisivamente, me despertam.

Durante o período  desta manhã (de 3 de Novembro de 2015), coloquei na Net um blog que se relacionou   com a data do dia 12 de Novembro de 2010, pelo facto de, nesse dia, a minha saudosa e Santa Mulher, ter sido chamada à presença de Deus, no Céu...


Entre outros factores elogiosos que a distinguiram, pus em destaque, o facto de, apesar de viver em território angolano, nunca teve problemas relacionados com o racismo, tratando todos por igual. E, já agora, pedindo desculpa, por mais uma vez, vir  repetir um caso que se passou, numa grande empresa, em Angola,  em  que a minha Mulher, era Secretária da Direcção, pelo que desafio qualquer português, que na época Salazarista, tenha exercido igual comportamento

Na dita Empresa (Sorel-Caterpillar), onde também trabalhei muitos anos, com exemplar comportamento (documentalmente comprovado), havia muitos empregados (Brancos, Pretos,e Mestiços) que eram dispersos por vários Departamentos, e distribuídos por zonas geográficas, por toda a Angola. Havia, entre  todo o Pessoal, um colaborador, já de avançada idade, de cor negra, e que era muito estimado, e querido,  que exercia a função de "contínuo".

Certo dia, esse estimado empregado, dentro das horas de serviço, sentiu-se mal, pelo que houve necessidade de o transportar, com urgência, para a Casa de Saúde, existente na data, como Hospital de Atendimento Publico.O Domingos (assim se chamava o empregado que adoeceu), foi atendido pelos Serviços de Urgência, e, após  o atendimento,  tinha  sido decidido interna-lo imediatamente, mas surgiu um grave problema... não havia vaga para  este doente, na enfermaria do hospital, pelo que não podia continuar ali,  e  por isso, regressar e sujeitar-se a consequências funestas. Só havia vagas em quartos de primeira, de luxo, com custos muito elevados, mas... só para" brancos endinheirados" !

Isto revoltou a mente e sentimentos da minha Mulher, e, como secretária administrativa da Firma onde  o Domingos era empregado, telefonou  para a Direcção da empresa, dando conta que, à sua responsabilidade, decidiu mandar internar o pobre Domingos, em Quarto de Primeira Classe, onde acabou por ser convenientemente  tratado e... salvo da morte, que se  estava avizinhando...

Claro que de imediato, surgiu muita censura discordante da atitude assumida pela minha Mulher !...
Mas Ela não se atemorizou.

Resultado histórico..: a partir de então, toda a criança que viesse ao mundo, de pais africanos, trabalhadores da então "Sorel-Caterpillar", tinha sempre uma Madrinha em perspectiva... A DONA  ALVARINA TERESA... Todos a adoraram, sobretudo na classe menos endinheirada...

Por isso, quando veio de Angola, Esta Senhora " Madrinha Colectiva" tinha já na sua agenda, dezenas  e dezenas  de nomes de AFILHADOS, angolanos, que hoje já devem ser bem adultos ...




Coisas que marcaram bem o "passado"... e que ainda se reflectem no presente !..
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Tá?!...

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