segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Mercado fatal...

Após ontem, Domingo, ter visionado a magnífica série que retrata o regresso a Portugal dos cidadãos que habitavam em Angola, quando ocorreu o processo de Independência do território, de título "Depois do  Adeus ",  cujos episódios gravo religiosamente em DVD, vi-me embalado para o programa que se seguiu, o muito conhecido "Prós e Contras". O tema colocado a debate era a problemática das drogas,  mais precisamente das chamadas " smart shops". Aparentemente nestas lojas são vendidas substâncias,  de forma legal, cujo efeito é em tudo semelhante ao de outras drogas consideradas ilegais.

O debate contou com a presença de muitos especialistas. Muito se falou e disse. Pessoas conhecedoras do problema referiram a dificuldade em controlar substâncias que estão constantemente a ser modificadas, numa estratégia de "gato e do rato", em que os legisladores estão permanentemente um passo atrás.

O uso de substâncias que alteram a realidade é tão antigo como o próprio ser humano. Sempre existiu e sempre existirá. Por muito sucesso que episódicas apreensões de droga queiram apregoar, é lícito acreditar que a "guerra" contra as drogas está a ser perdida. Seguramente que por cada carga apreendida, cem passarão incólumes. Será lógico prosseguir com uma política de combate ao tráfico, fadada para o fracasso e que apenas serve para continuar a encher os bolsos dos traficantes ?

Por outro  lado, o que é uma droga e qual o critério que deve orientar a sua ilegalização ? Vejo rapazes e raparigas,  que nem quinze anos terão, a fumar  e a beber, sem que haja grande controlo. Portugal e os Países desenvolvidos em geral gastam  milhões em anti-depressivos, ansiolíticos e outros comprimidos, como se da pílula da felicidade se tratasse. Tudo isto são drogas altamente viciantes e nocivas para a saúde individual e até pública. Perguntem a qualquer fumador o quanto é difícil deixar de fumar e a qualquer fumador passivo o quanto é desagradável levar com o fumo dos outros. Então porque não são estas drogas também ilegais ?

Penso que seria mais importante e até frutuoso investir nas razões que levam as pessoas ao consumo dessas substâncias, legais ou ilegais. É a mãe que se suicida, levando consigo, para o além, os seus filhos, depois de ter "emborcado" uma dúzia de comprimidos, é o adolescente que fuma como um adulto e bebe ainda mais, apenas porque os Pais não lhe dão a atenção devida, preferindo mitigar a sua consciência com mais uma consola de jogos ou um novo telemóvel de última geração...

Provavelmente, colocarmos de lado muita da hipocrisia reinante, focarmos a nossa atenção nas razões e não nas consequências e darmos importância àquilo que é realmente importante,  como as relações humanas hoje tão desvalorizadas, a amizade, o amor e a Família, retirando valor àquilo que, na verdade,  nada vale mas que corrompe a nossa sociedade: o materialismo, a inveja e a ganância.

Tá?!...

Sem comentários:

Enviar um comentário