quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Ensaio sobre a estupidez...

Contou-me um Amigo que uma Amiga desse Amigo,  professora, estaria a ser alvo de críticas e até de alguma pressão por parte da Direcção da Escola onde trabalha em virtude de,  alegadamente, estar a prejudicar os seus alunos por fazer testes de avaliação demasiado grandes e difíceis. Outra das alegações que os alunos fizeram,  via encarregados de educação,  é de que a senhora professora teria incluído no último teste matéria leccionada  apenas (??!!) quatro dias antes do teste.

Logo se levantou a multidão de paizinhos aflitos porque as criancinhas estariam em processo de desmotivação,  com possibilidade de trauma  psicológico permanente. "A culpa é da professora ! As crianças não têm culpa de nada ! Não podemos permitir que uma professora exija tanto aos nossos filhos ! Como podem ter tempo para estudar e andar em múltiplas actividades e ainda passear no facebook ?"

Noutros  tempos os pais,  face a resultados escolares menos bons diziam para os filhos: "Tens más notas? Estuda e trabalha mais em vez de andares aí na boa vai ela...".  Os filhos eram responsabilizados pela sua prestação escolar e forçados a melhorar os seus resultados por via do esforço individual e do trabalho mais ou menos árduo. Hoje, pelo contrário, a culpa é sempre dos outros, neste caso, dos professores.

A criancinha não gosta da escola ? O menino anda triste ? A menina está desmotivada ? Tudo isto pode acontecer. Mas em vez de se procurar compreender as verdadeiras razões para tal, culpa-se o professor e o sistema em geral. Em vez de apoiar,  demitem-se e libertam esse fardo nas costas de quem já muito faz com o pouco que tem (leia-se, os docentes).

O que se faz então ? Criam-se " currículos  alternativos " e programas de ensino profissional que tratam os jovens  como  pessoas com as suas capacidades mentais diminuidas e que, na verdade, pouco ensinam e profissionalmente pouco formam.

Esta cultura de desresponsabilização está a criar uma geração incapaz de lidar com as adversidades e com as dificuldades inerentes à vida,  habituados que estão a que alguém lhes arranje qualquer coisinha que lhes permita fugir ao esforço e ao trabalho, sempre necessários para conseguir atingir verdadeiros objectivos.

A vida é feita de contrariedades. A felicidade permanente é uma utopia, por definição, inalcançável. É preciso resiliência e fibra  para alcançar os fugazes momentos de felicidade que, por norma, povoam uma vida globalmente complicada e com momentos difíceis. E duma utopia de felicidade permanente  podemos passar a uma distopia em que todos são o resultado de uma política de  desresponsabilização,  em que,  por falta de formação de um carácter persistente,  resultam seres humanos estúpidos, incapazes de pensar por si próprios e de lutar na procura dos sonhos.

Claro que há  miúdos com problemas. Mas isso requer apoio e uma análise quase caso a caso e não uma fuga para a frente. Será outra utopia ? Talvez, mas porque não fazer um esforço e procurar produzir cidadãos fortes de carácter, saudáveis nas suas aspirações e tão felizes quanto possível ?

Albert Einstein  dizia:


P.S.- Publicação redigida graças à inspiração do meu amigo e "mentor digital", Sr. Luís Ribeiro, que tem sido um apoio presente, não só fisicamente mas também através do mundo electrónico, via e-mail, google e similares. Claro que a transpiração deste texto foi minha, o Luandense preservador deste cantinho da Internet...

Tá??!!...

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