domingo, 23 de fevereiro de 2014

Mamãs distraídas...

Sou já um velho "carqueja /jarreta", com um passado "brilhante" (desculpem-me a vaidade e a lisonja !)  mas profundamente reconhecido e  documentalmente comprovado, que, para afugentar o papão do isolamento e solidão, por motivo de recente viuvez, após um enlace matrimonial de sessenta anos, recorre  ao teclado de um "vibrante" computador, alinhavando ao que  chamam  "blogues", na Internet.

Sou autor de vários cadernos que titulei "Feitos e feitios de um português de Angola - uma vida, uma obra - Armando Baptista e Família". 

Como qualquer cidadão que possua a faculdade de caminhar com a ajuda da "muleta", sinto ainda o prazer em intrometer-me  pelas portas de entrada do super.mercado mais próximo, quanto mais não seja para comprar uma "canjinha" para o jantar.

E razão deste meu  "bloguismo", assenta no seguinte episódio:.

Efectivamente, entrei no Ria Shopping, aqui em Olhão, esta tarde, de Domingo, e percorrendo o local de venda do produto desejado, cruzei-me com muitas Pessoas, de ambos os sexos,  algumas Idosas e outras não, e muitos dos clientes eram acompanhadas pelos filhos (ou netos), sendo a maioria deles muito barulhentos e irrequietos.

A certa altura, reparo numa criancinha, dos seus 2, 3, ou 4 anitos, ainda muito pequenina, a choramingar,  com um bonequito nas mãos, com um ar que me dizia andar  perdida, sem saber para onde ir. Aproximei-me da miúda e diz-me ela "onde está a mamã"...  Vi logo que a pequenita   não sabia onde estava e que, sentido-se perdida,  andava à procura de alguém de família. Não dei sinal de alarme, imediato,  para não complicar as coisas, mas ainda percorri vários sítios do vasto estabelecimento, na esperança de encontrar  Pessoa  que andasse a sua procura, e... em vão!

Peguei no telemóvel, na  intenção de fazer uma chamada solicitando ajuda, quando, verifico que uma Senhorinha, se entretinha  a puxar uns bonecos de uma prateleira, ao fundo de um corredor, e tive um pressentimento porque a menina, a meu lado, exclamou "olha a mamã..."

Aproximei-me da Senhora, e, efectivamente era a Mãe da pequerrucha, que nem sequer se tinha apercebido que a filha andava perdida no meio  de  tanta confusão.

Resposta obtida: "Não faz mal, ela mais tarde tinha que aparecer.."

E é isto o que a nova geração aprende quanto à salvaguarda dos seus  rebentos ?!...

...   E o mais repugnante, é que à medida que ia avançando por meio de toda a gente, dando conta  da situação da criança, abandonada, ninguém se importou, uma total indiferença, impressionante... Teria sido eu que  me exprimia em  "chinês" ? Ou coisa parecida ?  Deus nos valha de tal comportamento colectivo.. ...
Um braço amigo a protegê-las...das maldades que as rodeiam...
Tá?!

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