terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

Rigorismos...

Durante um almoço de confraternização, um  antigo companheiro de trabalho, contou-me uma curta história,    passada em Angola,  em que se viu envolvido, após a independência, que muito me surpreendeu..

Contou-me que tinha sido preso por não ter respeitado o regime que obrigava a que todos se pusessem fora dos seus automóveis, as oito horas da manhã, por ser a hora do içar da nova bandeira angolana.

Casualmente,  e por circunstâncias  coincidentes, ao desbobinar páginas que a Internet disponibiliza, encontrei um artigo, creio que ligado à RTP, sob o título "Conte-nos a sua história".   E , assim, passo a alinhavar um curioso pormenor.

Estudante, ainda, nos tempos em que a juventude envergava  dísticos que se relacionavam com a Mocidade Portuguesa, sempre que se ouvisse o toque do içar da Bandeira Nacional, era pormo-nos em sentido, em sinal de respeito, até que o clarim deixasse de soar, e a bandeira assumida ao  topo. E, daí, para a frente, cada um ia para a sua vida, dentro da maior normalidade, mesmo que não respeitasse, por qualquer motivo, a paralisação militarizada.

Passo então a reproduzir, respeitando integralmente, o teor do artigo inserido na dita página da Internet

+*+*++*+*+*+*+*+*+*+* *+*+*+*+*+*++

Conte-nos a sua história

A cerimónia da Bandeira junto aos quartéis em Angola

Em Angola,  desde os tempos da ocupação Portuguesa, um hábito militar que consistia em parar o trânsito na vizinhança dos quartéis, durante  o içar e arrear da bandeira nacional. Assim, às 8 h da manhã e às 18 horas, todas as viaturas que circulassem junto aos quarteis paravam e os seus condutores saíam e, em  sentido, aguardavam durante uns minutos a cerimónia da bandeira.
Com a independência de Angola, esse hábito colonial foi assumido pelas Autoridades Militares, porventura até com mais pompa que nos tempos coloniais.  Como eu saía de casa depois das 8 h., o problema não se colocava, mas à tarde lembro-me de retardar o regresso a casa para bem depois das 18 h para evitar a cerimónia.
Uma tarde, já depois do 11 de Novembro de 1975, circulava uma viatura da Embaixada de um país amigo, URSS,  não me recordo se seria da Bulgária ou da Roménia, levando o Embaixador e o seu motorista. Este por ser do compatriota do Embaixador,  desconhecendo o hábito da paragem junto aos quarteis, não obedeceu à ordem,  creio que junto ao quartel do GAC, Grupo de Artilharia de Campanha em Luanda. Logo de seguida, um soldado da guarnição disparou e matou o Embaixador.
Foi um incidente diplomático dificil de explicar,  principalmente tratando-se do Embaixador de um país amigo e dos poucos que nessa época residiam em Luanda.
Tenho ideia de que a notícia nem sequer saiu no jornal de Angola.

                                                                     ( Texto Por: Carlos M.  Duarte) ...
       

*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+*+




Transcrito todo o teor do artigo publicado via Internet, observe-se  que no tempo da dita Colonização, a estupidez de um disparo sobre um ser humano, que o matou, por não ter parado no momento em que devia, nunca tal  coisa sucedera... Sob a Bandeira Portuguesa,  não se cometiam  horrorosos crimes desta natureza... por não se ter  simplesmente parado quando o relógio marcava  as  8 horas no inicio do dia...

O meu Amigo, mostrando-me o  seu relógio de pulso, contou-me-me que fora simplesmente preso, mas não fulminado pelas  balas... quando os seus ponteiros marcavam, exactamente às oito horas da manhã.!..


Tá?!...

Sem comentários:

Enviar um comentário