quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

A hora da despedida...

Nos dias frios de inverno a companhia do fiel aquecedor revela-se indispensável. Dias há em que,  apesar do Algarve não apresentar as temperaturas próprias de outras regiões bem mais frias do nosso Portugal,  um pouco de calor proporcionado pela energia térmica irradiada de um dispositivo eléctrico de climatização, é vital.


Para aquecimento do meu espaço residencial tinha ao meu dispor um aquecedor a óleo,  de placas,  que me servia desde tempos imemoriais.  Como tudo na vida, também o meu fiel aquecedor,  chegou ao final do seu ciclo útil. Continuou a aquecer, teimosamente,  sem no entanto interromper essa sua função, ou seja,  aquecia,  aquecia e continuava a aquecer,  como que num último suspiro. Por preguiça, talvez,  deixei que o meu companheiro de tantos serões se mantivesse a meu lado.

Esta nossa teimosia teve os seus custos: uma conta de electricidade exorbitante e,  por último,  um ameaço de incêndio. Tal ocorreu nesta última noite,  enquanto assistia aos programas de variedades emitidos pelos canais televisivos. Distraído,  comecei no entanto a sentir um cheiro a queimado. Imediatamente me virei para o aquecedor,  lembrando os problemas da terceira idade que o afectavam. E tinha razão: devido à potência resultante do aquecimento ininterrupto,  a ficha que o alimentava deitava agora alguns penachos de fumo. Imediatamente o desliguei,  receando que algo bem mais grave pudesse acontecer,  dando por mim a pensar o que poderia ter  ocorrido caso me tivesse ausentado e deixado o meu  "amigo" a cumprir o seu desígnio,  obstinadamente.

É com  algum sentimentalismo que me vejo forçado a ditar a sua reforma.  O fiel amigo (o aquecedor, não o bacalhau...)  jaz agora a um canto,  prestes  a levar a cabo o seu último destino,  o ponto de reciclagem  de aparelhos eléctricos em final de carreira.

Fica o alerta: Seja por descuido, preguiça  ou sentimentalismo,  não podemos deixar que a nossa segurança fique para segundo plano. Todos os esforços,  toda a atenção, têm que estar direccionados para a garantia do nosso  bem estar e segurança,  até porque corremos o risco de fazer perigar a vida de quem vive a nosso lado. Mais vale gastar uns euros num minuto,  do que perder estupidamente a vida em menos de um minuto.

Adeus Amigo,  serviste-me bem mas chegou a hora de nos separarmos. É para meu bem e para teu também...

1 comentário:

  1. Isso serve mesmo de lição para todos. Já tenho deixado o meu aquecedor a areia (semelhante aos de óleo) a trabalhar sem cá estar em casa e deixo-o todas as noites ligado, e já não é nenhuma "criança"; tem trinta e tal anos!

    Um abraço.

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