quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Praxes, para que te quero ?

Há dias pude acompanhar o programa " Prós e Contras",  difundido pela RTP,  o qual se debruçava,  desta  vez,  sobre as praxes académicas em Universidades  portuguesas e que nos últimos tempos tanto têm  dado que falar em consequência da tragédia ocorrida na praia do Meco e que vitimou seis jovens estudantes da Universidade Lusófona.

Presentes no debate estavam representantes das Universidades, dos Estudantes, de defensores e críticos a esta prática tão enraizada nas tradições académicas.

Nos últimos anos  temos,  no entanto,  vindo a assistir a um aumento de denúncias de práticas de praxes que,  para além de indignas,  colocam em  risco a saúde e mesmo a vida de Estudantes acabados de ingressar no ensino superior. No referido programa e de uma forma geral em toda a comunicação social muitas razões para tal têm sido apontadas e que vão desde a simples estupidez natural,  até ao desejo de vingança pelas humilhações sofridas aquando da própria praxe,  ou ainda a um clima de  medo e pressão,  justificados pela necessidade de integração  num novo grupo.

Muitos falaram, mas  pareciam a medo. Gostaria eu de lá ter estado e, levantando a mão,  solicitaria uma intervenção:
"Caros Senhores,  foi com atenção que ouvi as vossas doutas opiniões. Estranho, no entanto, ninguém se ter atrevido a pôr o dedo na ferida,  referindo o que,  verdadeiramente, motivou este programa,  ou seja,  a morte de seis jovens vítimas,  tudo indica,  de uma qualquer estúpida praxe. Parece-me importante admitir esta possibilidade,  face às informações disponíveis e que,  cada vez mais, nos levam a pensar que não se tratou de mero acidente. Chamemos os bois pelos nomes,  em vez de rodeios e rodriguinhos que não nos levam a lado nenhum...".

Talvez seja o destino do nosso Portugal,  o medo de encarar a verdade e assumir o erro. Procuramos sempre fugir com o rabo à seringa,  sacudindo a água do capote e esperando que passe a borrasca. Esperemos que,  mais uma vez,  a culpa não morra solteira e que justiça seja feita à memória de seis Jovens,  com a vida toda pela frente,  e que deixaram órfãos Pais, Irmãos, Amigos e Namorados ou Namoradas...

Que Nossa Senhora proteja aqueles que o Homem não soube proteger..















(Da Universidade do Algarve - Faro
(Outras intervenções )
Tá?!...

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