terça-feira, 15 de abril de 2014

A realidade indiferente...



Olho pela janela e vejo tudo cinzento. A Primavera esqueceu-se de começar.  Provavelmente ninguém a avisou. Ou então,  é mais uma consequência da austeridade,  procurando reduzir,  para poupar,  o número de estações do ano.

De quando em vez,  ligo a televisão.  São os Partidos que não se entendem,  as pensões que vão ser,  mais uma vez,  cortadas e é o Ronaldo que tem o joelho avariado. Só más notícias,  portanto..

Cansado,  pego na "muleta",  convido o meu companheiro de quatro patas,  Senhor Pelinha,  e lá vamos nós num passeio. Alheios ao cenário pouco animador,  os pássaros cantam,  ao sabor da brisa ligeira que faz ondular a folhagem das árvores e arbustos onde se refugiam. Por momentos desejo ser um passaroco, ignorante mas feliz. O Pelinha,  esse,  abana a cauda satisfeito. Mais um felizardo.

Regresso ao Lar. Olhando para o écran do computador acedo a mais conteúdo noticioso. As letras parecem rodar vertiginosamente. Fico tonto com tanta incompetência,  estupidez e hipocrisia. Fecho os olhos e penso se os deverei abrir...

De volta à realidade. Olhos bem abertos,  porque afinal não quero ser apanhado desprevenido. Andam aí uns tubarões à cata dos mais desprevenidos. Ajeito o teclado e escrevo. Escrevo para manter a lucidez possível neste mundo ilógico.

Será que alguém  me ouve ?


Tá?!...

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