sexta-feira, 11 de abril de 2014

Evocações paradisíacas...

Dentro de 13 horas,  mais minuto,  menos minuto,  entraremos num dia,  12 de Abril,   em que há 86 anos nascia no Bungo, em Luanda (Angola), o Armando (Mandinho) cidadão do Mundo,  homem,  pessoa. Dir-se-á que,  com tal idade estará com os pés para a cova.  Disso não há certezas.  Certo é que terá então menos um dia de vida que ontem e menos um ano para desfrutar do que tinha  no mesmo dia  de 2013.





A sua Santa Mãe o carregou durante quase nove meses e acreditem não deve ter sido fácil transportar por tanto tempo o que veio ao Mundo com quase quatro quilos. Infância feliz,  na mesma Luanda,  teve direito mais tarde a companhia,  do seu Irmão José Duarte, carinhosamente conhecido como Zé Bate,  infelizmente já falecido. 

Entre a Metrópole (Lisboa) e então Colónia Portuguesa, o tempo foi passando. Frequentou a Escola em Carnide/Luz,  onde recebeu preciosos ensinamentos que moldaram o seu carácter,  personalidade e Modus Operandi no teatro imenso da vida.


O percurso profissional exemplar foi sempre elogiado.  Recordo uma cena que presenciei quando o Armando trabalhava na firma SOREL, em Luanda.  Na sequência de uma gratificação recebida,  que considerou não ser sua pertença,  dirigiu-se ao Patrão, a quem entregou a importância devida. Surpreendido com tal atitude,  Sebastião de Carvalho Daün e Lorena (Pombal),  assim se chamava o Senhor,  patrão,  retorquiu: "Armando, tu nunca hás de ser rico. A ti se pode confiar ouro em pó que tal não irás aproveitar em teu beneficio". Qual Nostradamus,  Pombal previu com exactidão o futuro, pois para além  da reforma apenas suficiente,  de Aprendiz da Banca,  mesmo após anos de trabalho em cargos de chefia no sector,  Armando possui apenas um velho carro Lancia  Y10,  a cair aos bocados,  pedindo reforma urgente e um velho computador,  cansado e por vezes casmurro,  o qual massacra diariamente até à exaustão absoluta.


Como a riqueza não é apenas material,  Armando sente-se abençoado pelos Filhos e Netas que,  mais do que ouro em pó,  valem por tudo. Não há dinheiro, ouro, diamantes ou petróleo que pague tal riqueza.

A Mulher, Amiga, companheira, confidente, o seu mais que tudo, já partiu, naquela viagem que todos, inevitavelmente, faremos um dia. A Saudade aperta,  o seu lugar não pode jamais ser ocupado. Restam o sentimento e a certeza do reencontro.

Não gosta de ser visto como Moralista ou alguém que está acima dos outros. Apenas, ao olhar para trás,  e já agora para a frente,  com vista ao futuro,  tem como certa a força moral de alguém que, de consciência tranquila,  não precisa de olhar para trás das costas receando  inimigos, pois isso foi coisa que nunca cultivou.

Pois bem, Caro Amigo, companheiro de revolução, Armando José Carmo Ferreira Baptista, espero com ansiedade e curiosidade que os próximos oitenta e seis anos sejam tão bons,  tão ricos,  como estes que agora se completam. E se mais oitenta e seis não houver, que sejam os que vierem plenos e vividos com  Vida,  por oposição a anos vividos em indiferença.

Não dou os parabéns agora  porque  dizem que dá azar. Por isso,  te digo,  Amanhã falamos...

(Com um abraço deste  teu velho amigo, que te surpreendeu.....)...

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