quarta-feira, 1 de julho de 2015

Um autêntico Milagre... desconhecido !

Vou relatar-vos uma pequena história, sucedida em África, mais propriamente a 60 quilómetros da cidade de Luanda, há mais de meia centena de anos, pela seguinte razão:

Já perto do fim da manhã, deste primeiro dia de 1de Julho de 2015, de regresso a casa, após ter dado a voltinha do costume, que o meu companheiro de quatro patas não dispensa, o Pelinha, e já cansado,  sentei-me frente ao computador, e, ligando-o, a primeira imagem que surgiu no écran, provocou-me uma certa exaltação efervescente na minha alma, por que me fez recordar um acontecimento ocorrido durante uma pescaria que desportivamente estava gozando, a bordo de um barquito, ao longo do percurso da corrente das tenebrosas águas do rio Cuanza, acompanhado pela minha saudosa e muito  querida  Mulher, Alvarina Teresa.

O aspecto  da  imagem em referência, que foca o local onde se desenrolou o "drama", que não chegou a ter consequências funestas, e demonstrado na fotografia abaixo:

A Foz do Rio Cuanza, em Angola
 
A Foz do Cuanza, a ponte sobre o Rio ao fundo
Preparava habitualmente, enquanto morava  no Bairro  Prenda, os apetrechos de pesca ao corrico,  para aos fins de semana, com a Família, percorrer cerca 60 quilómetros, por estradas não asfaltadas. mas muito esburacadas, para  pôr a flutuar o meu barquito, no rio Cuanza, para iniciarmos a pescaria,  em cujas águas profundas chegávamos por vezes a pescar pargos com mais de sessenta quilos de peso.

O barco das pescarias...o "Ana Lito ".
Posto a barco a navegar, na margem direita do rio, agarrado ao leme e às canas de pesca, acompanhado pelo Mulher, naveguei rio acima, sempre atento aos momentos em que os anzóis  davam sinal de terem sido capturados pesados pargos ou garoupas que abundavam nas águas  profundas de tão caudalouso e perigoso rio.

Eis que, de repente, uma das canas vergou-se em sinal de ter "fisgado" um colossal peixe, e, de seguida, para melhor manobrar a sua aproximação a bordo do barco, desliguei o motor de 15/30 cavalos.

Depois de muita luta, lá consegui aproximar o pargo ate a  borda do barco, a fim de o recolher para o interior,  Mas, o entusiasmo foi de tal ordem, que não reparei que o "navio" se aproximava da foz, devido à forte corrente, cujo caudal estava a arrastar-nos perigosamente para o encontro com o  encapelado mar oceânico.

Tentei pôr, de imediato o motor em funcionamento, o qual negou-se a pegar, e lá começamos a ser empurrados à deriva, pelo que gritei para a minha Mulher... "pega nos remos e guarda a máquina de filmar !"...

De nada serviram os remos, pois a força da corrente era muita, pelo que comecei a recear da aproximação da grandiosidade perigosa da orla marítima, pois a partir daqueles instantes, as nossas vidas começaram a estar num verdadeiro perigo de morte, digo, de vida. !

Seriam  talvez treze horas, mas não me recordo da data precisa, quando, e já com o barco à deriva, chamei a atenção   da minha querida companheiro e Esposa,  tendo-lhe feito a seguinte observação:
-
" Já reparaste nas gaivotas brancas, que lá longe,   na margem do rio, estão poisadas, e que estão brincando umas com as outras ?...  A resposta, foi ... "Não vejo gaivota nenhuma, em terra .."

 Sem eu ter dado por isso, naquele momento,  o que tinha sucedido, é  que a sua aflição  levou-a a ter perdido o sentido da vista,  portanto momento de cegueira, que a impediam de ter   visto o que ao longe se estava passando. Só quando fomos recolhidos, em terra, pelos pescadores  que, ao longe,  nos iam vigiando,. é que recuperou a visão.  Foram momentos de terror !....
 
Prevendo o que nos poderia acontecer, dados os falhanços do nosso material marítimo, e de defesa, em altos berros gritei para a minha Mulher... "Querida reza e faz uma prece  a Nossa Senhora para  que nos  salve deste precipício,  para que não morremos agora !".....

Quer se acredite ou não, foi  a partir desse momento que comecei a sentir que a proa do  barco  se desviara no sentido que nos levou até a margem esquerda do rio, até ao ponto em que, já perto do cair da tarde, um grupo de pescadores de pele escura, conseguiu aproximar-se do nosso barquinho, pois  já nos vinham acompanhando de terra. Pela sua experiência sabiam que um barco à deriva num caudal de corrente de água, na foz do Rio Cuanza, significa a maioria das vezes a morte dos seus passageiros.

Já em terra, verifiquei que a  minha Mulher tinha entretanto partido um braço, e que, estranhei não ter visto as aves que  estavam em terra, na margem, porque cegara momentaneamente.

Quanto  ao peixinho.... lá se foi... com canas e tudo. Por sorte, a máquina de filmar ainda foi salva.

No dia seguinte, acompanhado pela saudosa Mulher, Alvarina Teresa, deslocámo-nos à  Igreja de Nossa Senhora de Fátima e... agradecemos o....

SEU MILAGROSO ACTO DE SALVAÇÃO, DE DOIS INOCENTES PESCADORES DESPORTIVOS...

Nossa Senhora de Fátima, a Salvadora...

Tá?!....

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