segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

Adeus...




Fotografados em Cabinda.  Há 82 anos.. Eu, o mais "velhinho", de calções escuros,  e o meu querido Irmão, José Duarte ( mais conhecido por Zé Bate ), de cabelinhos doirados, com  olhar espantado,  de calções claros.  olhando para a  câmara, onde o Avozinho, Joaquim do Carmo Ferreira,  com a sua maquineta de fotografar, não largava os seus lindos  netinhos  para eternizar,  recordações dos tempos considerados divinais.

Hoje,  dia 23 de Dezembro- 2013, ás 19h30,   junto ao meu computador, ao dar inicio " à manivela" afim de ser  projectado ,  no "écran" o noticiário dos acontecimentos do dia,  de imediato, fico chocado e  muito fragilizado com o comunicado  que acaba  de  me ser  enviado, via e-mail:


            " O  teu irmão, Zé Bate,  acaba de falecer aqui  em Luanda.".

Ambos nascidos em Angola, sempre vivemos conjuntamente, mesmo depois de casados,  a nossa vizinhança sempre teve longa duração, até que a "exemplar descolonização" foi factor para que cada um tivesse de viver em hemisférios distanciados. Conto até uma história engraçada. Enquanto estudantes,  no Liceu, a  cada um  de nós, foi atribuído um posto hierárquico enquanto mocitários na Mocidade Portuguesa..  A ele o posto de "general" e a mim o de "soldado raso", embora a diferença de idades não fosse grande  - havia apenas 2 anos de diferença de idades...Eu o mais idoso e  ele o mai novo. O quê que sucedia, então?:
                                       Sempre que nos cruzávamos eu tinha que lhe prestar continência, pois o seu posto na "tropa" era mais elevado do que o  meu.  Ele, "general" e eu " o soldado  raso"... era giro. !!!.. Se eu não cumprisse os regulamentos ... era então   punido !

Os manos (Armando e José Duarte)
Eu, o mais velho, sem  "divisas", e o Mano Zé Bate, com  " galões"., num grupo Familiar.-Luanda. Ainda se nota no cinto o  S de Salazar...

      Com este singelo blog, pretendo prestar uma dolorosa , e instantânea homenagem, ao meu querido Irmão,  que sempre foi o meu braço direito, mesmo depois de adultos,  em tudo quanto significasse dignidade, respeito e solidariedade e amor ao próximo.   Foi um digno e respeitado funcionário operador na empresa "Marcony", onde  foi sempre muito estimado,  tanto pela Direcção como  pelos Colegas, que muito o  estimavam.

    Parece "surreal" esta minha decisão  de elaborar o presente. blog, mas ,  o que mais me impressiona, é que o faço quase no mesmo  instante em que tomei   conhecimento da sua partida para o Céu, junto de Deus.. As nossas distancias geográficas, residenciais,  no momento, são Europa/África.
         
    O Zé Bate ( à esquerda) e o Mandinho (à direita)- já matulões...
                                                   
                         DESCANSA  EM PAZ.                                                  
    Tá?!...

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