domingo, 1 de dezembro de 2013

Surpreendente.. !

Inseri num dos meus blogs, há já algum tempo, referindo-me ao meu passado e vivência  em Luanda, terra onde nasci, há oitenta e seis anos, uma foto da casa onde se processou o meu nascimento. e, sobre a mesma foto, acabo de ser prendado com um comentário que um "patricio", certamente da mesma  idade, e desconhecido,  me faz vir à memória, alguns curiosos dados que o tempo foi ceifando.

A foto, à esquerda,  foi a que  despertou a atenção do "compatriota" angolano, sobre a qual, teve a amabilidade de pormenorizar alguns  excertos, de que já não me lembrava. Esta foi a casa onde nasci.

 Na  foto, a direita, tinha 1 ano de idade e, aos 25, era enriquecido com uma linda Esposa, com quem me casei, em Luanda, e, infelizmente já falecida em  Portugal.





Lembrou-me este Amigo, de infância, cujo paradeiro continuo a desconhecer, que...

"...Via por uma das fotografias colocadas por mim, que residia na área do BUNGO,  como  êle, numa altura em que a estação radiotelegráfica da Marconi era na mesma zona (anteriormente estaria situada na parte superior das barrocas depois do cemitério, local a onde mais tarde nasceu o bairro Miramar...) Por essa altura haveria a carreira de tiro nas proximidades.

A construção do porto comercial também terá tido o seu inicio, presumivelmente  na mesma altura

Dia da inauguração do porto de Luanda, a que assisti, por convite.

(Apontamentos sobre os comentários de Luis Lima):  

A  retenção das areias depositadas depois da dragagem foi feita com pedra usada na construção da barreira (enrovamento), e, a mesma  pedra teria sido usada para os primeiros esporões de pedra feitos na então praia de banhos na ilha de Luanda.
A Textang nasceu no edifício que  teria sido construído. para a 1ª fábrica de fósforos de Angola
Na mesma área, falando do BUNGO,  relembra o facto de,se calhar, ainda poder haver alunos que tenham  estudado na Escola 11 ( dos Caminhos de Ferro).
Com o tempo,  foram remodelados pelos Caminhos de Ferro, muitas vias que atravessavam a meio da cidade de Luanda, tal como o prolongamento da linha férrea até aos morros da Samba (praia do Bispo).

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Na minha criação, lembro-me ainda, que, a água antes de ser consumida à nossa mesa, era previamente fervida e depois filtrada .

Os Petromax, eram o meio de podermos viver e ter ter luz em nossas casas, pois iluminação publica estava ainda sendo projectada.

Tínhamos que tomar às refeições um comprimido de quinino por dia, para afastarmos o perigo das  perigosas febres, e paludismo.

Dias de chegada de qualquer navio de passageiros, vindo de Lisboa, que fundeavam ainda ao largo da baía, por não existir ainda cais acostável, era chamado "Dia de S. Vapor" dia festivo.

Ainda não existiam antibióticos (penicilina), e os tratamentos eram  feitos à base de produtos naturais.

Toda a gente usava capacetes, pois o Sol, e o calor, eram  aterradores.

Não havia casa onde não se dormisse sem o mosquiteiro; os mosquitos eram como os "impostos" (aterradores).

Felizmente que  há  coisas que  evoluíram, favoravelmente e sob o ponto de vista humanitário: os indígenas (os criados, como se designavam na data) dormiam, antigamente, sobre esteiras, pois "camas", para eles, na maioria, era um luxo inacessível.

Hoje, até um percurso de 100 metros... só de automóvel, alguns ate´da  classe.. "Roll Royce "...


... Passaram-se perto de três séculos ...

Tá?!...

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