sexta-feira, 5 de dezembro de 2014

12 de Dezembro de 1953 (... Dezembro 2014...) !

Estimados Leitores: as minhas desculpas pela insistência  de um tema  que jamais será afugentado do meu encaixe memorial... o  juramento solene, no Altar da Igreja do Carmo, em Luanda (Angola), que pronunciei na manhã de 12 de Dezembro de 1953... perante a minha saudosa e linda  Noiva, Alvarina Teresa. " ...Recebo-te por minha esposa e prometo ser-te fiel, amar-te e respeitar-te, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença,  todos os dias da nossa vida, até que a  morte nos separe..."

Sempre cumpri com o solene juramento,  e nunca me senti com  "telhdos de vidro",  e haja quem  tenha motivos válidos,   que  me atire  a primeiro pedra,  mesmo ao transpor do degrau da escadaria que me levará  a atingir os próximos noventa anos de idade...

Este é um quadro (foto-montagem)  com o qual pretendo exprimir o que sinto ao redigir o presente blog... Em mente, a lembrança viva do meu melhor Diamante, que partiu para o Céu, Alvarina Teresa, natural da  grande cidade portuguesa ,   que é o Porto.!


Completariam , portanto, no proximo dia 12 de Dezembro de 2014, sessesnta e um anos em que  perante o altar  com a santa  imagem de Nossa Senhora , ambos pronunciámos o nosso juramento nupcial, em  que a partir de então,   a Felicidade e a boa convivência esteve sempre presente,  e com uma vida enriquecida  através dos anos em que Deus  consolidou o nosso enriquecimento familiar com o ressurgimento de dois Filhos e, posteriormente, quatro encantadoras Nétinhas..

Um breve episodio, que  bem vem demonstrar a grandeza da alma bondosa da minha saudosa Mulher:-

Trabalhavamos ambos,  na  SOREL (Caterpillar), no mesmo  ano em que nos conhecemos,  e em cuja Séde, eu desempenhei,  durante 15 anos, funções  laborais variadissimas, e a minha Alvarina cumpria a dificil  missão que lhe fora confiada pelos Patrões da Empresa, Dignas Personagens da Familia Paço d´´Arcos e Pombal,  como  Secretária da Administração Geral da Empresa.
Trabalhava na mesma firma SOREL,  como contínuo, um Homem de côr preta, - o Domingos- de quem todos nós gostávamosa e tinhamos por ele grande afeição e estima,pois, para alem de ser pessoa idosa, estava sempre pronto para atender todos os pedidos que lhe eram solicditados.
Certo dia, este Sr. Domingos, teve um colapso em serviço, que o levou a  ter que ser urgentemente assistido por uma Entidade Hospitalar, em Luanda.
Foi transportado ao Hospital pela Secretária da Direcção da  SOREL  - Alvarina Teresa-  que se viu confrontada com um problema ( que na altura era muiso sério...) pois  não havia camas na enfermaria para alojar o Domingos. Só existiam quartos de primeira classe, que eram considerados de luxo e destinados a pessoal endinheirado e  não a pessoal de côr sem posses financeiras.
Comunicada esta  trágica situação  de emergência, à Direcção da SOREL,  foi por esta decidido trazer o doente para outros centros de enfermagem, com menos capacidades de tratamentos adequados.
Perante a gravidade que se gerou, e apercebendo-se que no meio de tudo isto reinava o conceito racista, pois o  doente era preto, a empregada  D. . Alvarina Teresa, assumindo total responsabilidade pessoal,  exigiu que  se internasse de imediato o Domingos, mesmo em quarto de primeira classe,  pois responderia por todas as consequencias do acto que acabava de cometer,  pois acima de tudo estava o estado de saude do doente que sofria atrozmente. E então o Sr. Domingos, foi internado em quarto de primeira categoria,  onde acabou por ser salvo de uma tenebrosa morte.

Moveu-se posteriormente  uma onda de protestos, por parte de quem não aceitava  que um doente preto fosse tratado em quartos de luxo.  Por outro lado, embora a  Empresa tivesse  contribuido e acabado  por concordar com a decisão da Secretária da Direcção, a D. Alvarina Teresa, esta foi, mais tarde,  reconhecida como "Salvadora da Pátria"... ajudando quem estreve à beira da morte, independentemte de ter a cor branca ou preta na pele.

Tá?!...

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